A força aérea da Arábia Saudita atacou várias posições dos rebeldes
xiitas em Sanaa, capital do Iêmen, incluindo uma base aérea e o Palácio
Presidencial, informaram fontes militares e testemunhas na madrugada
desta quinta-feira (26).
O Aeroporto Internacional e a vizinha base aérea Al-Daïlami, no norte
da capital, assim como uma instalação das forças especiais foram
bombardeados, revelaram as mesmas fontes, precisando que o Palácio
Presidencial está em chamas.
O bombardeio também atingiu a sede do bureau político da milícia
xiita dos huthis, que assumiu o controle de Sanaa no início de
fevereiro.
Ao sul da capital, a base aérea de Al Anad - a maior do Iêmen e
tomada pelos rebeldes na quarta-feira - também foi alvo dos aviões
sauditas, segundo testemunhas.
A Casa Branca informou que os Estados Unidos estão coordenando
estreitamente com os sauditas e seus aliados no Golfo as ações militares
contra os rebeldes huthis no Iêmen.
"O presidente Obama autorizou o fornecimento de apoio logístico e de
inteligência às operações militares do CCG" no Iêmen, disse a porta-voz
do Conselho de Segurança Nacional, Bernadette Meehan, se referindo ao
Conselho de Cooperação do Golfo.
A porta-voz destacou que as forças americanas não atuam diretamente
nas operações militares no Iêmen, apenas "estabeleceram uma Célula de
Planejamento Conjunta com a Arábia Saudita para coordenar o apoio
americano em matéria de inteligência militar".
O embaixador saudita em Washington, Adel Al Jubeir, confirmou a
operação militar de seu país no Iêmen para "defender o governo legítimo"
iemenita do presidente Abd Rabbo Mansur Hadi contra os rebeldes xiitas
patrocinados pelo Irã.
Al Jubeir disse que a ação se limita, no momento, a incursões aéreas
contra vários alvos no Iêmen, acrescentando que espiões militares estão
mobilizados e que a coalizão "fará o que for necessário".
O embaixador assinalou que a ação foi decidida após intensas
consultas com os "aliados" da Arábia Saudita, "em particular os Estados
Unidos".
"Temos uma situação na qual a milícia controla ou pode controlar
mísseis balísticos, armas pesadas e uma força aérea", destacou Al
Jubeir, argumentando que o avanço dos huthis não pode ser tolerado.
"Não lembro de outra situação na história na qual uma milícia
dispusesse de uma força aérea (...). Esta é uma situação muito
perigosa", disse Al Jubeir, acrescentando que "há uma coalizão de mais
de dez países que vão participar destas operações".
"Tentamos mediar a situação, mas toda tentativa do Iêmen foi rejeitada pelos huthis, que negaram qualquer acordo".
Segundo altos funcionários americanos, a Arábia Saudita concentrou
armas antiaéreas, peças de artilharia e forças terrestres na fronteira
com o Iêmen.
A ação militar ocorre após Arábia Saudita Qatar, Kuwait, Barein e
Emirados Árabes Unidos anunciarem a decisão de responder ao pedido de
ajuda do presidente Hadi diante do avanço dos rebeldes sobre Aden, onde o
líder está refugiado.
"Decidimos responder ao apelo do presidente Hadi para proteger o
Iêmen e seu povo da agressão da milícia xiita huthi", acrescentou um
alto funcionário.
Hadi fugiu para Aden no início de fevereiro, quando os rebeldes
assumiram o controle da capital, Sanaa, com a suposta ajuda do Irã e do
ex-presidente Ali Abdullah Saleh, deposto em 2012 após 33 anos de poder.
O chefe da diplomacia do Iêmen, Ryad Yassine, estimou nesta
quarta-feira que a "queda de Aden nas mãos dos huthis marcaria o início
de uma profunda guerra civil".
Forças aliadas aos rebeldes assumiram nesta quarta o controle do
aeroporto internacional de Aden, acentuando a pressão sobre o presidente
Hadi.
Do UOL
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