A Embraer e a empresa sueca Saab estão negociando a exportação de forma conjunta dos caças de combate Gripen NG que serão fabricados no Brasil, informaram nesta terça-feira responsáveis das duas companhias. Esta possibilidade de negócio inscreve-se em um acordo de colaboração no programa de desenvolvimento do Gripen, que foi assinado hoje no Rio de Janeiro pelo diretor da Embraer Defesa e Segurança, Jackson Scheider, e o vice-presidente da Saab, Lennart Sindahl. O acordo de comercialização pode ser anunciado até o próximo mês de junho e as primeiras exportações de caças sueco-brasileiros poderiam começar por volta de 2023 ou 2024, segundo afirmou Scheider em entrevista coletiva durante a feira de defesa LAAD. Para que as exportações se iniciem nesse prazo, as vendas terão que ser negociadas com vários anos de adiantamento, segundo lembrou o diretor de Embraer. Sindahl ressaltou que a Embraer pode apresentar suas "facilidades de venda" na América Latina e em determinados países da África, enquanto a companhia sueca tem mais vantagens em seus mercados tradicionais da Europa. Perguntado sobre a possibilidade que o Reino Unido, fabricante de vários sistemas do Gripen, bloqueie as possíveis vendas do caça à Argentina por motivos políticos relativos à soberania das ilhas Malvinas, o responsável da Saab afirmou que "até agora" nenhum fornecedor impôs "restrições" deste tipo. O acordo assinado hoje determina que a Embraer será responsável de uma parte considerável do trabalho de desenvolvimento dos sistemas do Gripen, de sua integração, testes de voo, montagem final e entregas dos aviões de combate. Em virtude deste acordo, a Embraer enviará uma equipe de engenheiros à Suécia a partir do segundo semestre deste ano para ser treinada nas instalações da Saab. Os acordos fazem parte do compromisso de compra de 36 caças Gripen que o Brasil assinou com a Suécia em 2014 e que prevê a transferência de tecnologia e a produção de vários aviões no país.

Do R7