O Pentágono não acredita que a Coreia do Norte tenha feito um teste com um míssil balístico submarino durante o fim de semana, como anunciou Pyongyang, e declarou que o país asiático ainda está muito longe de desenvolver esta capacidade.

A Agência oficial norte-coreana de notícias (KCNA) noticiou no sábado sobre um novo teste com um potente míssil submarino, o que foi negado pelas autoridades americanas.

"Não foi um míssil balístico", disse um funcionário da Defesa americana à AFP, sem dar maiores explicações, diminuindo a importância do teste, sustentando que não representou nenhuma façanha técnica para a Coreia do Norte.

"Estão tentando desenvolver esta capacidade", mas não houve nenhuma ameaça "iminente" de um míssil submarino lançado da Coreia do Norte, disse o funcionário, que preferiu ter sua identidade preservada.

Segundo especialistas americanos, a Coreia do Norte comprou velhos submarinos russos para tentar copiar sua tecnologia de lançamento de mísseis.

Nas primeiras horas de sábado, no entanto, a agência oficial norte-coreana indicou que "foi feito um teste com um potente míssil estratégico submarino. O míssil balístico foi desenvolvido com iniciativa pessoal do Comandante Supremo do Exército Popular coreano, Kim Jong-Un".

O líder norte-coreano, que supervisionou pessoalmente a operação de lançamento, saudou este "êxito revelador" e o comparou ao lançamento de um satélite, em 2012, acrescentou a KCNA.

Detalhes sobre o lançamento do míssil permanecem desconhecidos. Alguns analistas sugerem que o míssil teria viajado apenas algumas centenas de metros e que não foi considerado um teste de voo completo.

A Coreia do Sul pediu à Coreia do Norte que suspenda o programa e avaliou que Pyongyang está na "primeira etapa" de desenvolvimento de mísseis submarinos.

Mas uma autoridade da Defesa em Seul, falando sob a condição do anonimato, disse que a Coreia do Norte poderia ter um submarino totalmente operacional, armado com mísseis balísticos em quatro ou cinco anos.

"Todo teste" de mísseis balísticos disparados de um submarino "violaria pelo menos quatro resoluções da ONU" e seria "outro exemplo de repúdio da Coreia do Norte ao respeito das regras internacionais", declarou o coronel Steven Warren, porta-voz do Pentágono.

As duas Coreias mantêm um enfrentamento sobre a localização exata de sua fronteira marítima no Mar Amarelo. Desde o fim da guerra da Coreia (1950-1953), com um simples cessar-fogo, Pyongyang e Seúl continuam tecnicamente em guerra.

Do Diário de Pernambuco