Brasil e Suécia vão finalizar nos próximos dias o contrato para a compra de 36 aviões de caça Gripen NG, da empresa sueca Saab.
O fechamento do acordo foi anunciado nesta quarta-feira (29) após três dias de negociações, durante as quais o governo brasileiro insistiu na redução da taxa de juros do contrato. O governo optou pela compra de 36 caças suecos Saab Gripen NG no final de 2013.
A taxa ficou em 2,19%, percentual que, segundo o ministro da Defesa, Jaques Wagner, foi bom para ambos os países. Em entrevista concedida durante viagem à cidade de Ladário, em Mato Grosso do Sul, o ministro usou como argumento do pedido brasileiro a queda da taxa de juros na Europa: “O governo não poderia assinar em 2015 um contrato com a taxa de 2014”, disse Jaques Wagner, referindo-se à queda das taxas de juros na Europa.

Do IG


Após uma dura negociação nos bastidores, o governo da Suécia concordou em reduzir as taxas de juros cobradas no financiamento para a venda de 36 caças Gripen NG à Força Aérea Brasileira (FAB). O acordo foi conduzido nos últimos três dias pelo ministro da Defesa, Jaques Wagner, com representantes da Saab, fabricante dos caças, e da SEK, a agência sueca de crédito às exportações. A presidente Dilma Rousseff deu sinal verde nesta quarta-feira à costura final. Uma nota do ministério deverá explicar os detalhes do acordo.


A divergência girava em torno da taxa CIRR, usada por todos os países que fazem parte da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) no financiamento às suas exportações. Quando o negócio foi fechado, em 2014, a taxa estava em 2,54%. Nos últimos meses, porém, ela entrou em queda. O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, liderou as articulações no governo para exigir da Suécia uma repactuação. Dilma chegou a telefonar ao primeiro-ministro, Stefan Löven, para discutir o assunto.


Jaques Wagner vinha insistindo na aplicação de uma taxa anual de 1,98%. Ficou fechado um índice de 2,19%. Os suecos aceitaram abrir mão da cobrança de uma taxa de administração no valor de 0,35 ponto percentual. Pode haver ainda alguma forma de compensação entre os dois países.


A falta de entendimentos colocava em risco a concretização do negócio. O contrato comercial para a venda dos caças foi assinado em outubro do ano passado, mas faltava a assinatura do contrato de financiamento. O valor é definido na moeda sueca — 39 bilhões de coroas — e ficará mais barato, em dólares, por causa de desvalorização recente. São 25 anos de financiamento, mas com oito anos e meio de carência. Ou seja, o Brasil só deverá começar a pagar em 2024.


Para as duas partes, a ausência de um acordo seria vista como fracasso. A Suécia nunca havia feito uma venda tão importante, no exterior, dos caças Gripen. O Brasil, por outro lado, ficaria em delicada posição caso recuasse da compra porque pilotos da FAB já foram enviados a Linköping — sede da Saab — e as tratativas para transferência de tecnologia estão adiantadas.

Do Valor