Em entrevista ao El Mostrador, do Chile, o jornalista e fundador do WikiLeaks, Julian Assange, denunciou que grandes empresas de informação, como o Google e o Facebook, estão envolvidas em esquemas de investigações da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos. Ele ainda falou sobre a importância da comunicação independente e a atual situação da América Latina em relação à espionagem.
Baseando suas denúncias em documentos publicados no seu último livro, "Quando o Google encontrou o WikiLeaks", Assange ressaltou que a empresa – juntamente com o Facebook – tem se adequado ao modelo de espionagem proposto pela NSA.

"Google e Facebook fazem parte do negócio de 'ser uma agência de espionagem' da NSA. Eles reúnem todas as informações que podem, com o maior número de pessoas no mundo todo e colocam em enormes bancos de dados. É como se eles pescassem os peixes", denunciou.

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A grande crítica feita ao Google, segundo Assange, é de que a empresa, com seus seis bilhões de visitas diárias, tem uma capacidade de condicionamento do usuário jamais vista. "Eles montam uma relação de todos os interesses das pessoas para torná-las mais previsíveis e vender esses perfis para os anunciantes. Esse é o negócio. É algo que nunca foi visto".

Crescimento dos veículos independentes

Usando o conceito "politização da internet", Assange define o momento em que a sociedade e a internet se fundiram como a transição mais importante dos últimos cinco anos.
Para ele, a era digital tem contribuído com o maior número de informações disponíveis, além de dar maior poder ao cidadão comum. Esta pode ser uma forma, de acordo com o jornalista, de revitalizar a mídia independente.

"É um bom momento para ser uma mídia independente. O momento é extremamente vibrante. Há muitas oportunidades e desafios", comentou.

Espionagem na América Latina

Especificamente sobre os países latino-americanos, Assange diz que não só jornalistas ou políticos estão sob os "olhos" da NSA. Para ele, qualquer pessoa que faça uso da rede tem seu nome dentro da lista negra do órgão norte-americano.

"Não é exclusivo para jornalistas. Todas as pessoas que usam essas megacorporações estão sob investigação. 98% das comunicações latino-americanas são interceptadas pela NSA, que repassam as informações para o mundo".


Do Portal Imprensa