Os Estados Unidos
não deram nenhuma indicação de que iriam comprar os navios de guerra
Mistral que a França havia construído para a Rússia, segundo disse o
ministro da Defesa francês Jean-Yves Le Drian, em discurso ao Fundo
German Marshall dos EUA.
Em novembro de 2014, a França cancelou um contrato de 1,5 bilhão de
dólares com a Rússia para a entrega de dois porta-aviões da classe
Mistral, em consequência de pressões políticas derivadas da crise
ucraniana.
O Ocidente acusa Moscou de interferir no conflito entre as tropas de
Kiev e os independentistas no leste da Ucrânia, e a Rússia nega
as acusações, destacando a falta de provas concretas que pudessem
embasar as sanções ocidentais impostas contra o país.
"[O secretário de Defesa norte-americano] Ashton Carter não disse que
queria comprá-los", disse o ministro francês na segunda-feira (6),
referindo-se ao encontro realizado no mesmo dia entre as partes.
Le Drian reconheceu que o governo francês foi incentivado a cancelar o
contrato dos navios Mistral durante uma visita a Washington feita em
outubro de 2014, mas disse que a decisão neste sentido foi “corajosa” e
“estratégica".
Respondendo a uma pergunta sobre a possibilidade de os porta-aviões
acabarem em portos dos EUA, Le Drian brincou: "Se nós pudermos concordar
com um preço, por que não?"
"Agora ninguém está falando sobre o Mistral,
mas ele ainda está nos custando € 1,2 bilhão na situação econômica
francesa, que é difícil", ponderou.
Um
acordo
final sobre a indenização que a França deve pagar à Rússia pela
rescisão dos contratos ainda está pendente. Moscou insiste em,
aproximadamente, US$ 1,3 bilhão em compensação.
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