A NSA (Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos) espionou vários membros do alto escalão do governo brasileiro, além da presidente Dilma Rousseff, como parte de seu programa de monitoramento de governos estrangeiros, revelou o site WikiLeaks neste sábado (4).

De acordo com o WikiLeaks, foram espionados pela NSA 29 números de telefone relacionados ao governo, incluindo o do então ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, e do então secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, atual ministro do Planejamento.
A lista também aponta como alvos de espionagem uma autoridade da área internacional do Banco Central, o ex-ministro de relações exteriores Luiz Alberto Figueiredo Machado, atual embaixador do Brasil nos EUA, e o chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, general José Elito Carvalho Siqueira.
Também tiveram os telefones grampeados uma secretária e um assistente de Dilma, de acordo com a lista divulgada pelo WikiLeaks, além de telefones de representações brasileiras no exterior e até do avião presidencial.
As novas denúncias de espionagem acontecem dias após Dilma ter feito viagem oficial aos Estados Unidos pela primeira vez desde que cancelou uma visita de Estado em 2013 devido à revelação do ex-prestador de serviço da NSA Edward Snowden de que tinha sido espionada pelos EUA.
Dilma se reuniu em Washington com o presidente norte-americano, Barack Obama, na terça-feira, e disse confiar que os EUA não estão mais espionando as comunicações de países aliados, num encontro para virar a página do escândalo de espionagem que abalou as relações bilaterais.

Do R7

 

 

EUA espionaram ministros de Dilma e Banco Central, revela WikiLeaks


O site WikiLeaks, conhecido por vazar documentos secretos, divulgou neste sábado (4) informações confidenciais da Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA, na sigla em inglês) que revelam nova espionagem contra a presidente Dilma Rousseff, assessores e ministros.
Ao todo, 29 telefones de membros e ex-integrantes do governo foram grampeados —no início do primeiro mandato de Dilma— pela agência norte-americana, como o do ex-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, e do então secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, atual ministro do Planejamento.
A lista também aponta como alvos de espionagem uma autoridade da área internacional do Banco Central, o ex-ministro das Relações Exteriores Luiz Alberto Figueiredo Machado, atual embaixador do Brasil nos EUA, e o chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, o general José Elito Carvalho Siqueira.
Também tiveram os telefones grampeados uma secretária e um assistente de Dilma, além de representações brasileiras no exterior, como os números pessoais dos embaixadores do Brasil em Berlim e Paris, e até do avião presidencial.
A divulgação do documento ocorre poucos dias após o encontro de Dilma com o presidente americano Barack Obama em Washington, onde ela afirmou confiar que os EUA não estão mais interceptando as comunicações de países aliados, em um encontro em que um dos objetivos foi virar a página do escândalo de espionagem que abalou as relações bilaterais.
A Folha tentou contato com o Departamento de Estado americano, mas até o momento não obteve resposta. Os EUA celebram neste sábado (4) o Dia da Independência.

Reprodução/wikileaks.org
Lista com os nomes espionados pela NSA e divulgada pelo site WikiLeaks
Lista com os nomes espionados pela Agência Nacional de Segurança e publicada pelo WikiLeaks
JULIAN ASSANGE
Julian Assange, editor-chefe do WikiLeaks, afirmou em comunicado à imprensa que essa revelação "mostra que os EUA terão um longo caminho a percorrer para provar que sua vigilância sobre os governos ditos amigáveis acabou".
"Os Estados Unidos não só tiveram como alvo a presidente Rousseff, mas também as figuras-chave com quem ela conversava todos os dias", disse Assange. "Mesmo que fossem confiáveis as garantias dos EUA de que a espionagem à presidente será cessada, o que não são, é difícil imaginar que ela possa governar o Brasil conversando o dia inteiro com si mesma."
"Se a presidente Rousseff quer ver mais investimentos americanos no Brasil, como expressou em sua recente viagem aos EUA, como ela pode garantir às empresas brasileiras de que suas concorrentes americanas não terão vantagens obtidas por essa espionagem, até que consiga realmente garantir que a espionagem acabou —não somente contra ela, mas em todos os assuntos brasileiros?"
MONITORAMENTO ANTIGO
Em junho de 2013, uma série de reportagens do jornalista Glenn Greenwald mostrou que o Brasil integrava uma rede de 16 países nos quais há bases americanas de coleta de dados de espionagem. Apresentação na NSA classificada como "ultrassecreta" detalhou a técnica de monitoramento usada contra Dilma Rousseff, assessores-chave e Petrobras.
O monitoramento de Dilma aprofundou a crise com os Estados Unidos e adiou a viagem que a presidente brasileira faria a Washington em outubro do mesmo ano.
ESPIONADOS
Nomes e cargos de alguns dos brasileiros espionados pela NSA, segundo o Wikileaks:
Antonio Palocci - ex-chefe da Casa Civil
Nelson Barbosa - ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda e atual ministro do Planejamento
Luiz Alberto Figueiredo Machado - ex-subsecretário-geral de Meio Ambiente, ex-ministro das Relações Exteriores e atual embaixador do Brasil nos EUA
José Elito Carvalho Siqueira - chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência
Adriana Queiroz de Carvalho - procuradora-geral da Fazenda Nacional
Luiz Awazu Pereira da Silva - ex-diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central
Luiz Filipe de Macedo Soares Guimarães - embaixador brasileiro em Genebra
Everton Vieira Vargas - ex-embaixador brasileiro na Alemanha e atual embaixador na Argentina
Fernando Meirelles de Azevedo Pimentel - subsecretário de assuntos internacionais do Ministério da Fazenda
Anderson Dornelles - assessor pessoal da presidente Dilma Rousseff
Luiz Antonio Balduino Carneiro - secretário de assuntos internacionais do Ministério da Fazenda
Paulo Cordeiro de Andrade Pinto - subsecretário-geral de Política III do Ministério das Relações Exteriores
André Amado - subsecretário-geral de Energia e Alta Tecnologia do Ministério das Relações Exteriores 

De Folha