Combatentes curdos foram alvo, há alguns dias, de um ataque com armas químicas na região norte do Iraque, anunciou o ministério alemão da Defesa, que treinou estas forças.
"Aconteceu um ataque com armas químicas e vários peshmergas ficaram feridos, com irritações nas vias respiratórias", afirmou um porta-voz do ministério.
O porta-voz não revelou quem estava por trás do ataque. Os curdos lutam atualmente contra o grupo jihadista Estado Islâmico (EI).
"Especialistas americanos e iraquianos estão a caminho para determinar o que aconteceu", disse.
O ataque aconteceu ao sudoeste de Erbil, capital da região autônoma do Curdistão do Iraque.
A ação com gás tóxico foi realizada com um morteiro, segundo o porta-voz, sem explicar a natureza do produto utilizado.
A fonte destacou que os soldados alemães presentes no norte do Iraque para treinar os combatentes curdos não correram perigo em nenhum momento.
Um funcionário dos Estados Unidos, citado pelo Wall Street Journal, considerou "plausível" que o EI tenha utilizado gás mostarda contra combatentes curdos no Iraque.
Segundo o jornal americano, os jihadistas tiveram acesso ao gás mostarda na Síria, quando o regime do presidente Bashar al-Assad se livrou de suas reservas de armas químicas sob a pressão da comunidade internacional.
Os jihadistas do EI já foram acusados pelo uso de armas com gases tóxicos contra os combatentes curdos.
As Unidades de Proteção do Povo Curdo (YPG) e o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), assim como vários especialistas, afirmaram em julho que foram registrados ataques químicos na província de Hasake (nordeste da Síria) contra combatentes curdos.
Neste caso também não foi determinada a natureza do gás.
As forças curdas citaram na ocasião "irritação na garganta, olhos e nariz, acompanhada de dores de cabeça, musculares, perda de concentração, problemas de mobilidade e vômitos".
Em março, o governo do Curdistão iraquiano afirmou ter provas de que o EI usou gás de cloro como arma química contra suas forças.
O cloro é um gás sufocante, proibido nos conflitos armados pela Convenção de Armas Químicas de 1997.

Do clicrbs