O governo reconhecido internacionalmente da Líbia pediu que os outros países árabes armem melhor seus militares, para que possam impedir a expansão do Estado Islâmico. O ministro das Relações Exteriores líbio, Mohammed al-Dairi, fez o apelo em uma reunião emergencial da Liga Árabe no Cairo, advertindo que seu governo pouco equipado não consegue enfrentar os militantes, que buscam estabelecer uma base na Líbia enquanto sofrem ataques aéreos liderados pelos EUA no Iraque e na Síria.
Em comunicado divulgado após o encontro, a Liga Árabe pediu que seus membros ajudem a Líbia, separadamente ou como um grupo, sem dar detalhes. Anteriormente, o Egito já atacou localidades dominadas pelo Estado Islâmico na Líbia, inclusive com uma série de ataques aéreos após o grupo extremista matar 21 reféns egípcios.
Autoridades da Liga Árabe disseram que seus membros se reúnem na próxima semana para discutir a formação de uma força conjunta da entidade, a ser usada para intervir em crises regionais e combater o terrorismo.
A Líbia enfrenta uma situação caótica desde 2011, após a deposição e a morte do ditador Muamar Kadafi. Desde então, o país está dividido entre o Parlamento eleito e o governo do leste, e o governo apoiado pelas milícias islâmicas sediado na capital, Trípoli.
O país do norte africano é alvo de um embargo de armas desde 2011. Em março, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas reafirmou a proibição, mas permitiu que um comitê revisasse qualquer pedido de exceção do governo internacionalmente reconhecido do leste do país. A ONU teme que, se mais armas entrem, elas acabem na mão dos terroristas.