Desativados pela Força Aérea Brasileira (FAB) em 2013, os caças Dassault Mirage 2000 foram colocados à venda nesta semana. Ao todo, a FAB planeja vender oito das 12 aeronaves desse tipo que possui, além de um série de equipamentos e peças dos modelos. Em contato com o Airway, o porta-voz da FAB revelou que as quatro unidades restantes ficarão no Brasil e serão preservadas.

A negociação das aeronaves e componentes está sendo realizada na Inglaterra pelo BACE, sigla em inglês para “Comissão Brasileira de Aeronáutica na Europa”. Como mostram os documentos oficiais, a oferta mínima por cada caça é de US$ 2,5 milhões. Esses aviões ainda são valiosas fontes de peças de reposição para os Mirage 2000 que ainda voam.
A venda do material, mesmo desativado, ainda precisa de aprovação do governo francês, que pode barrar as intenções oriundas de países não aliados. Os caças e componentes estão armazenados na base da FAB em Anapólis (GO).
O Mirage 2000 ainda voa nas forças aéreas de países como Emirados Árabes Unidos, Egito, Peru, Índia, Grécia, além da própria França, com mais de 300 aeronaves ativas. A aeronave foi fabricada pela Dassault Aviation entre 1978 e 2007, chegando a 601 unidades produzidas.
O caça francês é até hoje o avião mais potente que já operou com a FAB. O Mirage 2000 usado no Brasil podia voar a mais de 2.500 km/h (mais de duas vezes a velocidade do som).
O Mirage 2000 foi uma solução de emergência adotada pela FAB após a desativação dos Mirage III, em 2005, e enquanto decidia a definição do programa FX-2, para aquisição de novos caças. Nessa época, o caça francês Dassault Rafale era considerado o favorito na disputa, que ainda tinha o Boeing F/A-18 Hornet e o Saab Gripen NG, que foi o escolhido.