Durante o turbilhão de manifestações nas redes sociais que sucedeu a revelação de diálogos comprometedores envolvendo o presidente Michel Temer, chamou a atenção o desabafo feito pelo advogado Francisco Prehn Zavascki, filho do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki, morto na queda de um avião no litoral fluminense em janeiro deste ano.

Ao criticar o PMDB por tentar barrar a Operação Lava-Jato "a qualquer custo", o advogado afirmou: "não tenho como não pensar que não mandaram matar meu pai". "Derrubaram a Dilma e assumiu o Temer. Do que eles são capazes? Será que só pagar pelo silêncio alheio? Ou será que derrubar avião também está valendo?", questionou em um post no Facebook, que foi apagado logo depois.
Passados quatro meses da queda do avião, a Força Aérea Brasileira mantém sigilo sobre a apuração das causas do acidente, conduzida pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).

De acordo com o piloto e escritor Ivan Sant'Anna, estudioso em desastres aéreos, o anúncio da conclusão da investigação deve se estender por até dois anos.
— Essa demora é normal. Seria irresponsabilidade da Aeronáutica divulgar um laudo antecipado — afirma Sant'Anna.
Para ele, o acidente foi provocado por falha humana, possivelmente por uma desorientação espacial do piloto, que não teria percebido a distância que estava da água quando se aproximava da pista do aeroporto de Paraty. O King Air, um bimotor com capacidade para oito pessoas, caiu ao bater com uma das asas no mar. Além de Teori, então relator da Operação Lava-Jato no STF, morreram mais quatro pessoas.
Análise preliminar de áudio coletado do gravador de voz da cabine do bimotor não apontou anormalidade nos mecanismos da aeronave, segundo revelou um exame inicial do Cenipa, em fevereiro. Zero Hora encaminhou e-mail ao Cenipa, solicitando novas informações, mas não obteve resposta.