Fonte: Angola Press
O representante do secretário-geral da ONU na Guiné-Bissau, Shola Omoregie, confirmou hoje, quarta-feira, na capital guineense que os dois aviões retidos no aeroporto internacional de Bissau estão ligados ao narcotráfico.
"Há indicações claras de que os dois aviões estão ligados ao narcotráfico", afirmou Shola Omoregie, durante uma conferência de imprensa.
Segundo o representante do secretário-geral da ONU, "neste momento, decorrem as investigações", mas as informações continuam a ser contraditórias.
"Por um lado, dizem-nos que os aviões trouxeram medicamentos para as Forças Armadas, mas, por aquilo que vamos ouvindo, parece-me que se trata de narcotráfico", referiu, acrescentando que decorrem as investigações para se obter informações "mais claras sobre o que se passa".
Indagado sobre o alegado envolvimento de oficiais militares guineense no caso, Shola Omoregie sublinhou que, caso se confirme a informação, será "muito mau" para a imagem do país, porque pode desencorajar os parceiros internacionais que estão com muita atenção em relação aos problemas do país", acrescentou.
O Procurador-geral da República da Guiné-Bissau, Luís Manuel Cabral, disse esta semana que foram retidos dois aviões no aeroporto internacional de Bissau por incumprimento das normas internacionais aeroportuárias e por suspeita de tráfico de droga.
Fontes policiais afirmaram que foram detidas cinco pessoas, três venezuelanos, entre os quais dois pilotos e um residente em Bissau, e dois funcionários do aeroporto internacional de Bissau.
A imprensa guineense noticia, por seu lado, que os aviões transportavam droga, mas as informações dos vários órgãos de comunicação social divergem.
Uns apontam para o transporte de mais de 500 quilogramas de droga, cujo nome nunca é especificado, e outro para 500 sacos.
África: Guiné-Bissau ameaça abater aviões que levarem drogas
Fonte: DRCNet em Português
Respondendo ao aumento da utilização da África como ponto de baldeação da cocaína encaminhada para os florescentes mercados europeus, o governo da Guiné-Bissau anunciou na semana passada que abaterá qualquer avião que entrar no seu espaço aéreo sem permissão.
De acordo com um informe da Reuters, a ameaça veio do chefe do estado maior-general das Forças Armadas, Batista Tagme Na Wai, que prometeu uma "cruzada" contra o narcotráfico no país pequeno e pobre situado na Costa do Atlântico. "Abateremos todos os aviões que tentarem violar o nosso espaço aéreo sem a prévia autorização das autoridades", disse Na Wai. Ele acrescentou que reservas de combustível de avião utilizadas pelos contrabandistas de drogas haviam sido encontradas e confiscadas.
As autoridades na Guiné-Bissau dizem que a polícia local apreendeu várias vezes carregamentos de cocaína colombiana transportados em teco-tecos provenientes da América Latina rumo a pistas de aterrissagem no monte. Depois, os traficantes voam ou embarcam as drogas para fora do país a caminho da Europa.
O governo da Guiné-Bissau enfrentou as críticas internacionais por não fazer o bastante para combater o tráfico de cocaína, mas respondeu que lhe faltam o equipamento e a tecnologia e exigiu mais ajuda externa. Embora as ameaças de abate possam satisfazer a comunidade internacional, podem ser puro caô. De acordo com o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, embora os militares do país estejam listados por terem mísseis terra-ar SAM SA-7 e armamento antiaéreo, não se sabe ao certo se alguma dessas armas funciona.
O governo dos EUA tem apoiado o abate de aviões suspeitos de levarem drogas na América Latina, exceto durante um intervalo embaraçoso depois que os combatentes da Força Aérea Peruana derrubaram um avião que transportava missionárias estadunidenses sobre a Amazônia em 2001, matando uma estadunidense e a filha dela. Mas, essa pausa acabou e, portanto, o perigo que os abates são para a segurança pública está de volta.
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