Fonte: UOL

Washington, 27 jun (EFE).- O Talibã, grupo guerrilheiro afegão, se transformou em uma insurgência com forte capacidade de recuperação e poderia aumentar seus ataques este ano, afirma um relatório do Pentágono divulgado hoje.
O estudo diz que a milícia islâmica disputará com o Governo do Afeganistão o controle das zonas rurais, especialmente no sul e no leste do país. "O Talibã provavelmente também tentará aumentar sua presença no oeste e no norte", alertou o relatório de 72 páginas. O Pentágono afirmou que as forças internacionais conseguiram dar duros golpes ao Talibã, ao eliminar alguns de seus líderes e expulsar seus membros de algumas regiões do país. "Apesar destas revezes, é provável que o Talibã mantenha e inclusive aumente o alcance e o ritmo de seus atentados terroristas" este ano, assinala o relatório, o primeiro que o Pentágono entrega ao Congresso com uma análise sobre as condições no Afeganistão. Segundo o texto intitulado "Relatório sobre o progresso para a segurança e a estabilidade no Afeganistão", mais de 6.500 pessoas morreram como conseqüências de atentados suicidas, de minas terrestres e dos combates em geral. O documento, que o Pentágono atualiza duas vezes ao ano, reconheceu que a Polícia nacional do Afeganistão não está suficientemente desenvolvida para cumprir suas funções devidamente. Segundo o Pentágono, o trabalho das autoridades locais é obstaculizado pela "corrupção, por um número insuficiente de preparadores e assessores americanos e pela falta de um esforço unificado por parte da comunidade internacional". O estudo também criticou os países vizinhos. Afirmou que os talibãs se beneficiam de um "santuário insurgente" na zona fronteiriça do lado paquistanês, onde as forças de segurança desse país evitaram fazer perseguições. O texto ainda afirma que há provas de que os insurgentes recebem armas do Irã, embora tenha esclarecido que não está claro o papel do Governo de Teerã nesse tráfico.