Moscou também quer ajudar Equador a ter tecnologia nuclear
Agência Estado - Via IG
Em visita ao Equador, o chanceler russo, Sergei Lavrov, expressou ontem o interesse de seu país em iniciar negociações com Quito para expandir a cooperação bilateral em diversas áreas, entre elas o desenvolvimento de energia nuclear. "Queremos trabalhar com os equatorianos em muitos temas: petróleo, gás e até mesmo em energia atômica", afirmou Lavrov.
Um dia antes, o presidente russo, Dmitri Medvedev, em visita à Venezuela, assinou um acordo com o presidente Hugo Chávez que prevê a "promoção de energia nuclear com fins pacíficos". "Estamos prontos para formar estudantes (latino-americanos) em física atômica e engenharia nuclear", disse ontem o chefe da Agência Federal Russa de Energia Atômica, Sergei Kiriyenko. "A nossa ajuda incluirá a cooperação nas áreas de pesquisa e desenvolvimento e na procura de urânio na Venezuela", completou.
A visita de autoridades russas à América Latina faz parte de uma estratégia de Moscou para responder, com demonstrações de força na região, às interferências dos EUA no conflito com a Geórgia e aos planos americanos de instalar um escudo antimísseis na Polônia e na República Checa.
Na quarta-feira, uma esquadra naval russa com quatro embarcações chegou à costa da Venezuela para realizar, a partir de segunda-feira, uma série de manobras conjuntas com a Marinha venezuelana. No segundo dia de visita a Caracas, Medvedev realizou com Chávez uma vistoria ao destróier russo Almirante Chabanenko, com 296 tripulantes, e ao cruzeiro de propulsão nuclear Pedro, o Grande, estacionados no porto de La Guaira, a 30 quilômetros da capital.
Ilyushin II-96 300
No destróier, Chávez agradeceu aos russos por ajudar a contribuir para a construção de "um mundo multipolar" e anunciou a compra de dois jatos Ilyushin II-96 300, modelo usado em algumas viagens do presidente russo.
Medvedev prometeu considerar a proposta de Chávez para incluir a Rússia na Aliança Bolivariana para as Américas (Alba) e falou na criação de um banco binacional russo-venezuelano para ajudar os dois países a enfrentar a crise financeira internacional.
Estátua da "Mother Russia" em Volgrado.
Rússia propõe cooperação nuclear com o Equador
Reuters/Brasil Online - Via O Globo
A Rússia está interessada em ampliar a cooperação energética com o Equador, inclusive em atividades nucleares, disse o chanceler Sergei Lavrov na quinta-feira em visita ao país andino.
"Se o Equador estiver interessado, podemos discutir projetos", disse Lavrov à Reuters, quando questionado sobre a questão nuclear. "Listei áreas em que podemos oferecer tecnologia. Cabe ao governo do Equador decidir se está interessado."
Quito ainda não se manifestou sobre as ofertas.
O Equador não tem usinas nucleares, e Lavrov não especificou que tipo de ajuda Moscou poderia fornecer.
A visita de Lavrov serviu para assinar acordos de cooperação militar e para iniciar negociações comerciais em 2009. Ele afirmou que há interesse da Rússia em aprofundar as relações com o Equador (que é membro da Opep) nos setores de gás e petróleo.
Mais do que isso, a Rússia está tentando ampliar sua influência na América Latina, num momento em que suas relações com os EUA estão no pior nível desde o fim da Guerra Fria.
Navios russos chegaram nesta semana à Venezuela para um exercício naval, refletindo a aproximação do governo esquerdista de Hugo Chávez com a Rússia, de onde ele já comprou bilhões de dólares em caças, helicópteros e armas, causando irritação em Washington.
O presidente do Equador, Rafael Correa, é um dos principais aliados regionais de Chávez e também faz críticas recorrentes ao presidente George W. Bush, embora em geral mantenha relações cordiais com os EUA.
Especialistas dizem que o crescente interesse da Rússia pela América Latina seria uma resposta às atividades dos EUA no Leste Europeu, o que possivelmente incluirá a instalação de um escudo antimísseis, que Moscou vê como uma ameaça à sua segurança.
As relações entre Rússia e EUA chegaram a seu ponto mais baixo na breve guerra de agosto entre russos e georgianos pelo controle de duas províncias separatistas da Geórgia, país aliado do Ocidente.
O Equador tem poucas relações comerciais e militares com a Rússia. Historicamente, Quito recorre a Washington para treinar oficiais e obter tecnologia bélica. Correa, no entanto, já anunciou que não pretende renovar a concessão para que os EUA usem a base aérea de Manta em operações contra o narcotráfico.
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