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Petrobras quer explorar pré-sal na África Ocidental

Reuters/Brasil Online - Via O Globo - Reportagem de Rodrigo Viga Gaier

O diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme Estrela, manifestou nesta quarta-feira o interesse da estatal na eventual camada de pré-sal que existir na costa ocidental africana.

Ele afirmou também que o campo de Tupi, na bacia de Santos, poderá escoar ao menos 500 mil barris de petróleo entre 2015 e 2020.

De acordo com Estrela, o pré-sal africano já está despertando a atenção de empresas do setor e uma das principais petrolíferas teria firmado um acerto com um país africano para explorar petróleo na região.

"Há uma interpretação de que há uma extensão do pré-sal até a África. A extensão sul-americana seria maior que a africana. As informações são de que uma 'super major' do setor já foi para lá", disse Estrela a jornalistas no Instituto Brasileiro de Petróleo Gás e Combustíveis (IBP), sem revelar o nome da empresa nem o país onde teria sido firmado o acerto.

Estrela lembrou que a Petrobras tem atividades em países africanos, como Nigéria e Angola, entre outros, e está atenta a oportunidades na nova fronteira petrolífera do continente.

"Adquirindo esse conhecimento que nós temos no pré-sal do Brasil, é natural que as nossas equipes que trabalham no exterior absorvam esse conhecimento e levem para lá. As interpretações geológicas mostram no momento que pode haver pressão da costa africana", acrescentou Estrela, frisando que há uma similaridade geológica entre a costa brasileira e a da África Ocidental.

TUPI

O executivo afirmou que a Petrobras pretende começar a produzir em larga escala no campo de Tupi a partir de 2015. A perspectiva é que a produção seja de no mínimo 500 mil barris entre 2015 e 2020.

A previsão da empresa é operar com cinco ou seis FPSOs (navios-plataforma) para a produção de óleo. O primeiro navio-plataforma foi licitado no ano passado e o processo de contratação da segunda unidade ocorrerá no mês que vem.

A Petrobras já está realizando testes de longa duração em dois poços na jazida de Tupi e nos próximos meses começará mais um teste em um terceiro poço. O projeto-piloto da estatal prevê que a partir de 2010 serão perfurados mais oito poços, sendo cinco produtores, 2 de reinjeção de água e um de reinjeção de gás carbônico.

"A nossa estimativa é que esses 11 poços vão custar cerca de 1 bilhão de dólares (para o consórcio formado por Petrogal e British Gas... O terceiro poço tem um custo estimado de 100 milhões de dólares e os demais de 60 a 80 milhões", disse Estrela.

Ele acrescentou que, apesar do desafio tecnológico, a exploração e produção é viável financeiramente mesmo que o barril de petróleo caia para 35 dólares.