Britânicos desmantelaram conspiração nazista antes do Dia-D

Fonte: The Telegraph, 1 de setembro de 2009 - Via Sala de Guerra
Agentes britânicos desmontaram uma desesperada tentativa alemã de monitorar movimentos de tropas apenas dias antes do Dia-D, de acordo com documentos do MI5 recentemente liberados.

Durante a Segunda Guerra Mundial, a Islândia se tornou taticamente importante para ambos os lados, e a Alemanha mandou para lá uma série de espiões para juntar informações climáticas sobre a área e remetê-las à Luftwaffe.

Mas em maio de 1944 eles se convenceram de que qualquer assalto naval às suas posições teria que ser lançado da Islândia, mostram os documentos do MI5 liberados recentemente pelo Arquivo Nacional.

Os alemães montaram um apressado plano para mandar três espiões para o país e monitorar movimentos de tropas para prever uma tentativa Aliada de liberar a França.

Três agentes britânicos, chamados Miller, Hoan e Frick, estavam jantando em seu hotel em Seydisfjordur, Islândia, na noite de 5 de maio de 1944, quando foram contatados por um caçador de focas que tinha avistado três homens suspeitos perto de Borganfjordur.

Os agentes tentaram alertar a navegação Aliada ancorada na costa, mas como qualquer resposta demoraria demais – e os suspeitos já teriam desaparecido – decidiram persegui-los usando o caçador como guia.

Eles marcharam pela neve, durante a noite, seguindo a frágil trilha deixada pelos espiões, até que, às 6 da manhã do dia seguinte, os avistaram. Os homens foram cercados, e rapidamente confessaram ser soldados alemães, mas disseram estar ali somente para juntar informações meteorológicas.

Ernst Frenesius, um devotado e convicto nazista, era na verdade o único alemão. Os outros dois, Hjalti Bjornsson e Sigurdur Juliusson, eram islandeses contratados como mercenários pelos nazistas.

Eles foram ordenados a mostrar onde tinham escondido seu transmissor de rádio, e uma busca revelou que estavam portando 9.000 libras esterlinas, dólares e marcos alemães.

Os três foram levados à Inglaterra e passaram por seis sessões de interrogatórios até confessarem estar lá para observar movimentos de tropas e navios nos fiordes. Eles tinham freqüentado um curso em Oslo, aprendendo cifras e sabotagem.

Os dois islandeses estavam felizes em falar tudo que sabiam sobre a escola de Oslo, esperando serem libertados. Mas Frenesius se provou muito mais difícil, e não revelou seu sinal de rádio até o fim, para impedir que os ingleses passassem informações falsas aos seus mestres alemães.

Apesar dos seus esforços, os agentes britânicos conseguiram enviar uma mensagem à Alemanha e descobriram um segundo transmissor que ele havia escondido nas colinas islandesas.

Os três homens foram entregues aos americanos e suas fichas terminam com um relatório dos interrogadores: “Há pouca prova de que os alemães têm interesse suficiente em Frenesius para arriscar um resgate via U-boat. Minha opinião é que os alemães irão abandonar estes espiões”.

Meu relatório de 22/05/44 diz que minha decisão é que este homem passe por corte marcial e seja executado. Hoje não tenho razões para mudar este ponto de vista”.