Espionagem chinesa aos EUA está mais intensa, diz estudo

Da EFE - Via G1

A China intensificou e melhorou suas atividades de inteligência e recrutamento, além de ser cada vez mais sofisticada nas operações de espionagem nos Estados Unidos, afirma um relatório oficial divulgado hoje em Washington.

A advertência está no exaustivo relatório anual que a comissão que revisa as relações entre ambos os países em matéria de economia e segurança enviou ao Congresso. Nele, é dito que os serviços de inteligência chineses "estão ativamente envolvidos em operações dirigidas contra os EUA e seus interesses".

A comissão, criada em 2000 pelo Congresso para que assessore, investigue e relate assuntos que afetam a relação entre ambas as potências, afirma que funcionários americanos dedicados à contra-inteligencia consideram que a espionagem da China "está aumentando em escala, intensidade e sofisticação".

O texto diz que as operações de inteligência de Pequim para acumular informação nos EUA se tornaram "mais variadas e complexas" do que se tinha pensado, e envolvem mais pessoas do que antes.



A China tende a adquirir informação que não é necessariamente classificada e não recorre exclusivamente a fontes bem situadas, mas a vários informantes, a fim de receber o material "não-processado", que depois filtra por conta própria.

Na maioria das vezes recorre a seu pessoal de inteligência e, nos casos da espionagem industrial e econômica, costuma contar com a ajuda de entidades que pertencem a setores estatais de investigação, militar e desenvolvimento.

Por outro lado, recebe informação de fontes do mundo empresarial que atuam em nome do Governo chinês ou por sua própria iniciativa, constata o relatório.

Um aspecto destacado pela comissão no documento é que a China realiza operações de inteligência nos EUA para observar, seguir, ameaçar e interromper as atividades de grupos dissidentes que operam no exterior.

A força das operações chinesas nos EUA também se reflete no fato de que o número de ataques informáticos contra os sistemas de agências governamentais e de defesa "aumentou fortemente" em 2009, de acordo com a comissão.

Números disponibilizados pela comissão para seu relatório revelam que o Departamento de Defesa registrou 43.880 incidentes em 2007, número que em 2008 subiu 20%.

Para 2009, estima-se que haverá um total de 87.570 ataques cibernéticos, dado que apenas no primeiro semestre houve 43.785.