Em visita ao Centro Tecnológico do Exército (CTEx), o ministro da Defesa, Nelson Jobim, criticou hoje a resistência dos países, em especial os Estados Unidos, em transferir tecnologia, embora tenha afirmado que "faz parte do jogo".
Jobim ouviu vários relatos sobre a resistência de empresas norte-americanas em repassar tecnologia ao Exército brasileiro, travando o avanço de projetos como a fabricação de componentes para mísseis. "Faz parte do jogo. Todos os países do mundo não querem que os outros se desenvolvam tecnologicamente, mas o Brasil vai se desenvolver", disse o ministro.
A transferência de tecnologia é um dos pontos mais importantes que serão levados em conta pelo governo brasileiro na compra de 36 caças para a Força Aérea Brasileira (FAB) e tem causado uma guerra entre duas concorrentes, a americana Boeing e a francesa Dassault. "O problema com os Estados Unidos são as questões do passado. O passado é um grande exemplo de embargo da transferência de tecnologia. Hoje assistimos isso aqui, com informações que tivemos no CTEx em relação a alguns setores", disse o ministro. "Ouvimos relatos sobre (transferência de tecnologia para) baterias, pilhas térmicas. Tivemos informação que uma empresa americana que só teria como fornecer daqui a 10 anos, por um preço altíssimo. São mecanismos de embargo", citou Jobim.
Na corrida para vender os caças ao Brasil, a Dassault diz que os Estados Unidos não repassarão inteiramente a tecnologia dos aviões F-18. A Boeing nega, lembra que o Congresso americano já aprovou a transferência de tecnologia e diz que a adversária comercial não joga limpo. Está na disputa também a sueca Saab. Jobim não quis comentar a briga das concorrentes, cada vez mais acirrada. Disse apenas que "está fortíssima".
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