Palavra final sobre caças depende de preço
Fonte: Zero Hora
O Palácio do Planalto decidiu que os caças Rafale, da companhia francesa Dassault, se encaixam em um projeto maior de defesa e, portanto, devem vencer a concorrência do projeto F-X2, de aquisição de 36 aviões de combate para a Força Aérea Brasileira (FAB).
Em meio ao impasse entre as áreas técnica e política do governo, parlamentares da base aliada e da oposição afirmaram ontem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode deixar a decisão para o sucessor.
A palavra final depende de acertos finais sobre o preço do lote, estimado em R$ 10 bilhões. Com base na escolha já consolidada, o Planalto decidiu descartar qualquer referência mais favorável às aeronaves concorrentes que constam no segundo relatório da Aeronáutica, entregue na quinta-feira ao ministro da Defesa, Nelson Jobim.
Como contrapartida para a Aeronáutica, que terá seu trabalho de análise praticamente ignorado, o Planalto afasta a hipótese de punição pelo recente vazamento do relatório do F-X2, de caráter confidencial. Segundo um colaborador direto de Lula, a atitude foi grave e nociva à segurança nacional.
Em entrevista a um canal francês, o assessor internacional da Presidência, Marco Aurélio Garcia, ironizou ao dizer que com a polêmica ´´os preços dos caças tendem a cair´´.
FAB diz que só existe uma versão de relatório
Segundo o mesmo colaborador de Lula, o F-X2 está inserido em um projeto mais amplo do governo, que contempla a padronização de toda a frota de caças do país, inclusive os adaptados para um futuro porta-aviões. Esse pacote envolverá a compra de um total de 120 caças. No plano, as condições exigidas são a transferência de tecnologia, reservas de mercado e a soberania de uso das aeronaves.
Com a americana Boeing, fabricante dos F-18 Super Hornet, persiste a restrição de acesso aos códigos informáticos para adaptar os jatos a carregar armamentos brasileiros. Apenas 40% do projeto do Gripen NG, da sueca Saab, saíram do papel. O jato é apontado como a melhor opção no primeiro relatório da Aeronáutica.
Ontem, a FAB informou que só existe uma versão do relatório aprovado pelo Alto Comando no dia 18. A Força afirma que em nenhum momento houve recuo ou mudanças no texto.
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