Conhecimento sobre manto terrestre inferior depende de terremotos.
Ainda há muito a entender sobre camada 2,7 mil km abaixo da superfície.
Viagem ao centro da Terra - Como tal jornada é impossível, cientistas recorrem a 'pistas' dadas por terremotos e a modelos computacionais (Foto: Nasa)
Um dos objetivos da pesquisa é elaborar um mapa de correlação entre temperaturas e profundidades das várias camadas da Terra
Com a missão de estudar a composição do manto terrestre inferior sem depender de tragédias, cientistas brasileiros iniciaram nesta semana um projeto com duração prevista de três anos.
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A pesquisa vai reproduzir por meio de modelos computacionais as condições termodinâmicas a que os minerais estão expostos no subsolo terrestre.
“Para se ter uma ideia, a camada pré-sal do oceano na qual o Brasil vai explorar petróleo compreende profundidades de cerca de 7 quilômetros. Isso mostra que conhecemos somente a casquinha do nosso planeta”, comparou João Francisco Justo Filho, professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador do projeto de pesquisa.
Uma das técnicas que serão utilizadas é a medição da radiação térmica de corpos negros, ferramenta da astrofísica que registra a radiação captada na superfície de um corpo, no caso a Terra, emitida pelo seu interior. A medida permite inferir por onde passou a radiação ao analisar sua trajetória desde o núcleo até a superfície.
Um dos objetivos da pesquisa é a elaboração de um mapa de correlação entre temperaturas e profundidades das várias camadas do planeta. “Essa ainda é uma questão em aberto no estudo do manto inferior terrestre”, explica Justo Filho.
Com as simulações, os pesquisadores esperam aprofundar os conhecimentos sobre a composição química do manto terrestre, a geodinâmica e a termodinâmica do planeta e a evolução das placas tectônicas, informações essenciais para o melhor entendimento dos terremotos.
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