Ingleses queriam os Dambusters para matar Mussolini


Os britânicos propuseram um audacioso plano para assassinar Mussolini em seu quartel-general de Roma com um bombardeio de precisão realizado pelo Esquadrão Dambusters da RAF.

O Marechal-do-Ar Arthur “Bomber” Harris propôs o uso de Lancasters do 617º Esquadrão – os famosos “Dambusters” – para voar sobre Roma “ao nível dos telhados” e despejar bombas sobre o quartel-general do Duce e sua residência, numa tentativa de matá-lo ou invalidá-lo, dizem documentos liberados pelos Arquivos Nacionais.

A operação, concebida no começo de julho de 1943, tinha a aprovação de Anthony Eden, o Secretário do Exterior.

Num memorando ao Primeiro-Ministro Winston Churchill, datado de 13 de julho de 1943, Eden escreveu: “Harris pediu permissão para tentar bombardear Mussolini em seu escritório em Roma e bombardear sua residência simultaneamente em caso do Duce se atrasar naquela manhã”.

Eden disse que o quartel-general de Mussolini – o magnífico Palazzo Venezia no centro de Roma – e sua residência privada, Villa Torlonia, eram ambos “inconfundíveis” e poderiam facilmente ser identificados pelos bombardeiros ingleses.

O mais importante: nenhum estava a menos de 1,5 quilômetro do Vaticano, que os Aliados prometeram não danificar.

Eu acredito que se Mussolini for morto ou invalidado nas atuais circunstâncias, isso em muito aumentaria a chance de tirarmos a Itália da guerra o mais rápido possível. Dessa forma, peço sua permissão para prosseguir com a operação”, escreveu Eden.

Mas dentro de duas semanas Mussolini foi derrubado pelo Grande Conselho Fascista e substituído por um governo provisório liderado pelo Rei Vittorio Emmanuele III, que negociou a rendição com os Aliados.

Mussolini fugiu para o norte da Itália e liderou uma república fascista. Em abril de 1945, confrontado pela derrota total, ele tentou fugir para a Suíça, mas foi capturado e sumariamente executado por partisans italianos perto do Lago Como.

Christopher Duggan, um historiador da Universidade de Reading e biógrafo de Mussolini, disse que havia provavelmente outras boas razões para não autorizarem o bombardeio. Ele disse: “Poderia ter sido logisticamente difícil para os bombardeiros virem baixo o suficiente para realizarem um bom ataque. A RAF pode ter decidido que as defesas aéreas de Roma eram boas”.

E se eles somente ferissem Mussolini, poderiam ter feito a população italiana apoiá-lo. Ainda havia muita simpatia por Mussolini nessa época, então havia o perigo do tiro sair pela culatra”.

Fonte: The Telegraph - Via: Sala de Guerra