Alessandra Corrêa
Da BBC Brasil em Washington
Os 47 países presentes na Cúpula sobre Segurança Nuclear, em Washington, se comprometeram a trabalhar juntos para que todo o material nuclear vulnerável esteja protegido no prazo de quatro anos.
Durante dois dias, a reunião organizada pelo governo americano discutiu medidas para impedir que materiais nucleares – como plutônio ou urânio altamente enriquecido – caiam em poder de organizações consideradas extremistas.
No documento final do encontro, os países se comprometem em “aumentar a segurança nuclear e reduzir a ameaça de terrorismo nuclear”.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que o comprometimento dos países representa uma real contribuição para tornar o mundo um lugar mais seguro.
Em um pronunciamento antes da abertura das discussões plenárias, na manhã desta terça-feira, Obama já havia pedido que os países agissem em conjunto para impedir o “terrorismo nuclear”.
Segundo Obama, caso uma organização extremista, como a Al-Qaeda, consiga ter acesso a materiais nucleares e fabricar uma arma, as consequencias seriam catastróficas.
Durante o encontro, Estados Unidos e Rússia fecharam um acordo para se desfazer de 68 toneladas de plutônio altamente enriquecido, que poderia ser usado em armas nucleares.
Os países participantes da cúpula estabeleceram um plano de trabalho com medidas nacionais e internacionais para levar o compromisso adiante.
Também ficou marcada uma nova reunião para 2012, na Coreia do Sul.
Brasil
Durante o encontro, os países falaram das medidas individuais já adotadas para prevenir o risco de terrorismo nuclear e também discutiram ações futuras.
Em suas intervenções, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva expôs as ações do Brasil em matéria de segurança nuclear e o fato de que o país integra a maioria das convenções sobre terrorismo nuclear e terrorismo em geral.
Lula também reafirmou a posição brasileira de defesa da eliminação de todos os arsenais nucleares.
A cúpula foi realizada em um momento em que a questão nuclear ocupa um lugar de destaque na agenda de Obama.
Na semana passada o presidente americano apresentou uma nova estratégia de defesa que restringe o uso de suas armas nucleares, embora o entendimento da estratégia possa abrir uma exceção para o Irã e a Coreia do Norte.
Obama também assinou com a Rússia um acordo bilateral de redução dos arsenais nucleares dos dois países, o principal tratado do tipo em 20 anos.
Além da programação oficial da cúpula, os líderes participaram de diversas reuniões bilaterais, em que o programa nuclear do Irã foi o principal tema discutido.
O presidente Lula manteve reuniões bilaterais com os líderes da Itália, do Japão, da Turquia, da França e do Canadá.
No encontro com o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, foi discutida a busca de uma solução pacífica para a questão nuclear iraniana. Ambos os líderes são contra a possibilidade de novas sanções ao Irã, como defendem Estados Unidos e outros países.
Nesta terça-feira, Lula e Erdogan tiveram uma breve reunião com Obama, em que expuseram ao presidente americano seus argumentos a favor de uma solução negociada que descarte o uso de sanções contra o Irã.
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