EUA pedem à América Latina que reduza gastos com armamentos

Mas subsecretário afirmou respeitar 'soberania' dos países da região.
Declaração foi feita em palestra de Valenzuela na Colômbia.

O secretário de Estado adjunto dos Estados Unidos para América Latina, Arturo Valenzuela, reconheceu nesta quarta-feira (7) o direito "soberano" dos países de renovar seus armamentos, mas pediu que os gastos militares na região fossem reduzidos.

"Qualquer país soberano tem o direito de buscar melhorias para seus armamentos e modernizá-los. Isso é óbvio e se respeita a soberania", disse Valenzuela após uma pergunta sobre a aquisição de armas por parte da Venezuela durante uma palestra na Universidade de Los Andes, em Bogotá.

No entanto, o diplomata americano destacou que "houve uma reversão quanto ao gasto militar na América Latina". "Por isso, devemos considerar que esse gasto deveria baixar, já que há tantos problemas a serem resolvidos."

"É uma questão que vai muito além da Venezuela, que deveria ser como diminuir a corrida armamentista, como solucionar os problemas. Ainda bem que há na Unasul (União das Nações Sul-Americanas) uma proposta nesse sentido", disse.

Há poucos dias, o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Philip Crowley, destacou a grande preocupação de Washington pelo anúncio de Moscou de vender US$ 5 bilhões em armamento militar à Venezuela, diante da possibilidade de alguma dessas armas parar em outros países.

Valenzuela, que chegou à Colômbia na terça-feira à tarde depois de visitar o Equador, afirmou que os Estados Unidos estão preocupados com "discursos agressivos, que poderão violar a paz no continente".

"Não apenas preocupa os Estados Unidos, como deveria preocupar os demais países da América Latina", completou.

Pouco antes, durante sua conferência, Valenzuela enfatizou que a essa altura não se pode "tolerar essas ameaças bélicas entre países nem o apoio a grupos terroristas", sem especificar a que grupo se referia.

Valenzuela reuniu-se na terça-feira com o ministro da Defesa da Colômbia, Gabriel Silva, e prevê viajar a Cartagena (1.100 km ao norte de Bogotá) para participar da quinta edição latino-americana do Fórum Econômico Mundial, que será concluído na quinta-feira. Posteriormente, visitará o Peru.

Colômbia e Estados Unidos assinaram em 2009 um acordo militar que permite às tropas americanas o uso controlado de sete bases no território colombiano para o combate ao nacrotráfico e ao terrorismo.

Fonte: G1