Nada indica que piloto de Kaczynski foi pressionado a pousar, diz Procurador

O Procurador-geral da Polônia, Andrzej Seremet, afirmou hoje à imprensa que nada indica que o piloto do avião presidencial polonês tivesse sido pressionado a pousar no aeroporto de Smolensk (Rússia), onde caiu no sábado, matando o presidente Lech Kaczynski e os demais 95 passageiros.

De acordo com Seremet, as investigações continuam e tentarão decifrar o mais rápido possível as conversas de fundo conservadas na caixa-preta, para determinar se existiu alguma ordem de aterrissagem dirigida aos pilotos.

O segundo piloto presidencial Tomasz Pietrzak descartou o erro de seu colega. Já os peritos russos que fizeram uma análise prévia das caixas-pretas apontam que não existiu nenhuma falha técnica do avião, um Tupolev-154 com 20 anos de serviço que tinha sido revisado cinco meses atrás.

Pietrzak disse que o pouso do avião poderia ter ocorrido por ordem do presidente polonês, Lech Kaczynski, para evitar um atraso à cerimônia para onde ia, como já tinha acontecido em outras ocasiões nas quais Kaczynski tinha insistido em chegar apesar das condições adversas.

No sábado, havia um intenso nevoeiro em Smolensk, cujo pequeno aeroporto militar carece de sistema de aparelhos.

A imprensa polonesa também se pergunta hoje se essa urgência de Kaczynski poderia estar por trás de uma ordem ao piloto de chegar ao local, apesar das péssimas condições meteorológicas.

O Procurador-geral confirmou a identificação por um parente do corpo da esposa do presidente Kaczynski, Maria, mas ressaltou que ainda resta submeter os restos mortais a um exame de DNA.

No avião, que caiu durante uma manobra de aterrissagem no aeroporto de Smolensk, viajava uma delegação oficial de 96 pessoas, liderada por Kaczysnki, para assistir ao ato em memória dos mais de 20 mil oficiais e soldados poloneses assassinados por ordem do então ditador soviético Josef Stalin em Katyn (Rússia) há 70 anos.

Fonte: G1



Presidente polaco contrariou indicações de controladores aéreos

Terá sido o presidente polaco, Lech Kaczynski, a ordenar a aterragem do Tupolev-154 que se despenhou, sábado, perto do aeroporto militar russo em Smolensk, causando a morte de 96 pessoas?

A dúvida surge agora, descartada que está a hipótese de que na origem do acidente poderá ter estado uma falha técnica do aparelho da Força Aérea polaca.

O segundo piloto presidencial, Tomasz Pietrzak, descartou também a hipótese de o seu companheiro ter cometido um erro, lembrando que, noutras ocasiões, o presidente polaco deu ordens ao comandante para aterrar, contrariando as indicações que recebiam da torre de controlo, para evitar atrasos.

Em 2008, Lech Kaczynski ordenou ao piloto do avião que o transportou à Geórgia que efectuasse a aterragem em Tiflis, apesar das advertências contrárias dos controladores aéreos, fazendo uso do seu estatuto de chefe de Estado Maior.

Também no sábado, os controladores aéreos russos recomendaram ao piloto do avião em que seguia o presidente russo que aterrasse noutro destino, devido à intensa neblina que, na altura, se fazia sentir. Ouvida a gravação das conversas entre os pilotos e a torre de controlo não há indícios de falhas técnicas.

Fontes militares russas informaram que o avião polaco foi advertido por diversas vezes pelos controladores aéreos, que recomendaram que os pilotos dessem meia-volta e se dirigissem para Minsk, capital de Bielorrúsia, uma vez que o aeroporto de Smolensk não dispõe de meios para receber aviões em situações de nevoeiro intenso.

"Quando estavam a 2,5 quilómetros de distância, o director do controlo de tráfico aéreo apercebeu-se que a tripulação tinha aumentado a velocidade de descida”, disse Alexander Alyoshin, chefe da Comissão de Instrução da Procuradoria.

"O director do grupo de controlo de tráfico ordenou que a tripulação colocasse o avião na posição horizontal e, uma vez que a ordem não foi cumprida, advertiu por diversas vezes que se dirigissem a outro aeroporto", explicou, ainda. "Apesar disso, a tripulação continuou a descida que, desgraçadamente, acabou em tragédia”.

O trabalho dos investigadores no terreno deverá ser concluído, hoje, segunda-feira.

Fonte: Jornal de Noticias