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Uma agência estrangeira de espionagem comandou o ataque digital de 2008 a computadores militares dos EUA, disse uma alta fonte do Pentágono, lançando uma luz sobre o que ele disse ser a mais significativa violação já ocorrida na segurança digital das Forças Armadas norte-americanas.

O subsecretário de Defesa William Lynn afirmou que o ataque ocorreu depois de um pendrive contaminado ser inserido em um laptop dos militares num quartel do Oriente Médio, carregando um código maligno na rede do Comando Central.

"Esse dado se espalhou sem ser detectado em sistemas sigilosos e não-sigilosos, estabelecendo o que equivalia a uma cabeça de ponte digital a partir da qual os dados podiam ser transferidos para servidores sob controle estrangeiro", escreveu Lynn em artigo publicado na quarta-feira na revista Foreign Affairs.

"Este incidente previamente sigiloso foi a mais significativa violação já ocorrida dos computadores militares dos EUA", acrescentou.

Lynn não disse de qual país eram os espiões responsáveis pelo ataque, mas afirmou que mais de cem organizações estrangeiras de inteligência tentam violar as redes dos EUA.

"Alguns governos já têm capacidade para perturbar elementos da infraestrutura de informação dos EUA", disse o subsecretário.

Todos os anos, segundo ele, "hackers" roubam de órgãos públicos, empresas e universidades dos EUA uma quantidade de dados que poderia encher várias vezes a Biblioteca do Congresso.

No caso dos ataques militares, a dificuldade de identificar os responsáveis faz com que a prática seja sedutora para governos hostis, e difícil de coibir por parte dos EUA.

"Os ataques cibernéticos oferecem um meio para que potenciais adversários superem as esmagadoras vantagens dos EUA no poder militar convencional, e que o façam de modos que sejam instantâneos e difíceis de localizar."

Lynn relatou também que equipamentos falsificados já foram detectados em sistemas encomendados pelo Departamento de Defesa -- o que é perigoso, porque os chips podem conter elementos operados remotamente.

"O risco de comprometimento no processo de fabricação é muito real, e é talvez a ameaça cibernética menos compreendida", afirmou.

Ele alertou também para códigos malignos, como as chamadas "bombas de lógica", que podem ser inseridos nos softwares na hora da programação.

Lynn disse que o ataque serviu de alerta ao Pentágono, que depois disso criou o Comando Cibernético e tomou medidas para reforçar as defesas digitais.

Fonte: G1