Novas imagens da Lua obtidas pela Nasa (agência espacial americana) revelaram a presença de "rachaduras" espalhadas por sua superfície. A distribuição geográfica e as propriedades físicas dessas falhas geológicas sugerem que o astro encolheu cem metros há cerca de 800 milhões de anos.
Algumas dessas "rachaduras" - escarpas íngremes criadas quando uma porção da casca lunar empurra outra, causando sua elevação - já haviam sido identificadas na década de 1970 por câmeras das missões Apollo 15, 16 e 17.
Escarpas na superfície da Lua detectadas pela Nasa; astro encolheu 100 m há cerca de 800 milhões de anos
Mas como essas câmeras possuíam baixa definição e mapearam apenas a região equatorial da Lua (20% do total), não era possível dizer se havia mais dessas escarpas no astro e nem se elas estavam distribuídas por toda a superfície.
A análise das novas imagens, obtidas pela LRO ("Sonda Orbital de Reconhecimento Lunar", na sigla em inglês) da Nasa, revelou 14 novas escarpas, tanto na face visível quanto na face oculta da Lua, variando entre 3 e 12 quilômetros com comprimentos.
A descoberta das escarpas lunares foi possível não só pela maior definição das câmeras da LRO (de 0,5 a 2 metros por píxel), mas também pela sua maior amplitude de campo (capaz de mapear toda a superfície lunar).
Região na Lua onde se encontra a falha Lee-Lincoln, a oeste do local em que pousou a Apollo 17 em 1972 (seta)
DISTRIBUIÇÃO GLOBAL
Das 14 falhas detectadas, 7 ocorrem em latitudes maiores que 60º, tanto ao norte quanto ao sul, incluindo regiões polares. Isso indica que estão potencialmente distribuídas por toda a Lua, o que é sugestivo de um ovo rachado, uma esfera que se contraiu.
As escarpas lunares encontradas são baixas (menos de cem metros de altitude) e curtas (alguns quilômetros de comprimento). Em comparação, escarpas análogas em Mercúrio e Marte podem chegar a um quilômetro de altitude e dezenas de quilômetros de comprimento.
A presença de falhas gigantes em Mercúrio tem sido interpretada como evidência para a contração do planeta devido ao resfriamento do magma em seu núcleo. A pequena dimensão das falhas encontradas na Lua também sugere contração, mas em uma escala muito menor.
Em artigo publicado na revista "Science", Thomas Watters, do Instituto Smithsonian, em Washington, e colegas indicam que a Lua teria se contraído cem metros levando em consideração fatores internos (acomodação de estruturas geológicas) e externos (força gravitacional exercida pela Terra).
ESTRUTURAS JOVENS
A contração da Lua teria ocorrido há cerca de 800 milhões de anos, evento recente em relação a sua origem, por volta de 4,5 bilhões de anos atrás.
"As escarpas identificadas são estruturas geológicas recentes porque cortam crateras e são íngremes", afirma Eder Cassola Molina, geofísico do IAG (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas) da USP (Universidade de São Paulo).
"O fato de as falhas cruzarem crateras indica que as crateras já estavam lá antes das falhas. E o fato de serem íngremes mostra que as falhas ainda não tiveram tempo para se desgastarem e se tornarem menos inclinadas." Em suma, as escarpas encontradas na Lua são estruturas geológicas jovens.
Algumas dessas "rachaduras" - escarpas íngremes criadas quando uma porção da casca lunar empurra outra, causando sua elevação - já haviam sido identificadas na década de 1970 por câmeras das missões Apollo 15, 16 e 17.
Escarpas na superfície da Lua detectadas pela Nasa; astro encolheu 100 m há cerca de 800 milhões de anos
Mas como essas câmeras possuíam baixa definição e mapearam apenas a região equatorial da Lua (20% do total), não era possível dizer se havia mais dessas escarpas no astro e nem se elas estavam distribuídas por toda a superfície.
A análise das novas imagens, obtidas pela LRO ("Sonda Orbital de Reconhecimento Lunar", na sigla em inglês) da Nasa, revelou 14 novas escarpas, tanto na face visível quanto na face oculta da Lua, variando entre 3 e 12 quilômetros com comprimentos.
A descoberta das escarpas lunares foi possível não só pela maior definição das câmeras da LRO (de 0,5 a 2 metros por píxel), mas também pela sua maior amplitude de campo (capaz de mapear toda a superfície lunar).
Região na Lua onde se encontra a falha Lee-Lincoln, a oeste do local em que pousou a Apollo 17 em 1972 (seta)
DISTRIBUIÇÃO GLOBAL
Das 14 falhas detectadas, 7 ocorrem em latitudes maiores que 60º, tanto ao norte quanto ao sul, incluindo regiões polares. Isso indica que estão potencialmente distribuídas por toda a Lua, o que é sugestivo de um ovo rachado, uma esfera que se contraiu.
As escarpas lunares encontradas são baixas (menos de cem metros de altitude) e curtas (alguns quilômetros de comprimento). Em comparação, escarpas análogas em Mercúrio e Marte podem chegar a um quilômetro de altitude e dezenas de quilômetros de comprimento.
A presença de falhas gigantes em Mercúrio tem sido interpretada como evidência para a contração do planeta devido ao resfriamento do magma em seu núcleo. A pequena dimensão das falhas encontradas na Lua também sugere contração, mas em uma escala muito menor.
Em artigo publicado na revista "Science", Thomas Watters, do Instituto Smithsonian, em Washington, e colegas indicam que a Lua teria se contraído cem metros levando em consideração fatores internos (acomodação de estruturas geológicas) e externos (força gravitacional exercida pela Terra).
ESTRUTURAS JOVENS
A contração da Lua teria ocorrido há cerca de 800 milhões de anos, evento recente em relação a sua origem, por volta de 4,5 bilhões de anos atrás.
"As escarpas identificadas são estruturas geológicas recentes porque cortam crateras e são íngremes", afirma Eder Cassola Molina, geofísico do IAG (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas) da USP (Universidade de São Paulo).
"O fato de as falhas cruzarem crateras indica que as crateras já estavam lá antes das falhas. E o fato de serem íngremes mostra que as falhas ainda não tiveram tempo para se desgastarem e se tornarem menos inclinadas." Em suma, as escarpas encontradas na Lua são estruturas geológicas jovens.
Fonte: BOL - Fotos NASA
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