A Saab AB está aumentando a sua campanha para vender seu caça Gripen na Ásia e no Leste Europeu depois da decisão da Suíça de adiar a compra de US$ 1 bilhão em caças, ameaçando reduzir a produção do jato.
Os pedidos da Bulgária, Romênia e Eslováquia e mais um lote da Tailândia são “as mais importantes e breves oportunidades” para o caça Gripen, o qual compete com os modelos da Lockheed Martin, Boeing, Dassault Aviation e Eurofighter, disse o chefe da Saab Aeronautics em Sindahl, numa entrevista.
A Suíça deve aguardar até 2015 antes de definir um vencedor num contrato para substituir seus antigos caças Northrop F-5 Tigers, conforme o Ministro da Defesa do país informou no dia 25 de agosto, suspendendo uma competição que estava sendo considerada chave para o futuro do Gripen conforme analistas que incluem Richard Aboulafia do Grupo Teal. A Saab está ainda apostando nas encomendas do Brasil e da Índia para salvar o caça nacional enquanto o lote de produção está cada vez menor, com a Malásia sendo outra prospecção, disse Hakan Buskhe, o novo CEO da companhia, na primeira entrevista na nova função.
“Nós estamos um pouco chateados com o adiamento suíço, mas houve um problema pontual com a situação financeira e nõs não estamos totalmente surpresos,” disse Sindahl. “A coisa boa é que nós não perdemos ainda o contrato.”
A companhia Saab baseada em Estocolmo, a qual compete com a Dassault e o Eurofighter na Suíça, está buscando vender 26 novos caças para África do Sul e mais seis caças Tailândia em 2012, com uma versão modernizada que não deve estar em operação na Suécia antes de 2017.
A Saab também necessita de pedidos de exportação para estabelecer o Gripen como um modelo de escolha das antigas nações soviéticas e de mercados não alinhados com as norte americanas Boeing e Lockheed Martin, esta última que vem fechando contratos com seu caça de quinta-geração F-35 Lightning II Joint Strike Fighter.
Radar Avançado
A habilidade da Saab de oferecer o Gripen com uma tecnologia radar nacional está sendo considerada uma vantagem sobre as aeronaves concorrentes e ajudou a companhia na encomenda existente da Tailândia, disse Sindahl.
A companhia suéca vê o pedido brasileiro (F-X2) para 36 jatos como uma competição em aberto apesar do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva já ter indicado anteriormente a sua preferência pelo caça francês Dassault Rafale, disse Sindahl, com nenhum contrato assinado ainda.
No intuito de aumentar as chances de vencer o contrato de US$ 1,8 bilhões a Saab ofereceu estabelecer uma fabricação conjunta do Gripen no Brasil, o qual atualmente opera caças Dassault Mirage 2000.
“Todo dia que nada de novo vem do Brasil eu penso que nós estamos ganhando um pouco,” disse Sindahl. “Quanto mais tempo levar, mais discussões existirão e mais eles verão o quanto nossa oferta é boa respeitando o produto e também o pacote para indústria brasileira.”
A maior economia da América do Sul provavelmente não escolherá o novo caça entre o Gripen, Rafale e o F/A-18 Super Hornet da Boeing antes da eleição presidencial em outubro, disse o executivo.
Esperança na China
A Índia deve anunciar a sua preferência na competição para escolha de 126 aeronaves de combate (MRCA) até o final desse ano, após estourar o prazo final de 27 de abril para selecionar um substituto dos jatos MiG, fabricados na Rússia, que equipam sua força aérea desde os anos 70, disse Sindahl.
O pedido de US$10 bilhões é o maior pedido de caças em 15 anos e atraiu ofertas da Lockheed, Boeing, Dassault, Eurofighter e da fabricante russa United Aircraft Corp.
A Saab também não desistiu das competições na Holanda e Dinamarca com seu caça Gripen, disse o CEO Buskhe na sede da companhia em Estocolmo. A Holanda selecionou o caça Lockheed F-35 JSF como candidato preferido como a Dinamarca que é uma das oito nações parceiras no desenvolvimento do jato desenvolvido nos EUA.
A Saab está também negociando um contrato para efetuar todas manutenções nos caças Gripen da Força Aérea da Suécia que deve ser fechado esse ano ou no começo de 2011, disse Sindahl. Um acordo poderia também acabar chegando nos jatos de treinamento Saab 105 da Suécia.
Fonte: Bloomberg – Via: Cavok
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