O governo do Irã afirmou neste sábado ter prendido "espiões nucleares", suspeitos de estarem por trás de ciberataques promovidos contra seu programa nuclear.
Segundo a imprensa estatal do país, diversas pessoas foram detidas como parte de uma operação contra o que o governo iraniano chamou de "planos de inimigos" do país.
As detenções ocorrem poucos dias após um ataque do cibervírus Stuxnet, que supostamente almejava infectar computadores na primeira usina nuclear do país, Bushehr, que começou a funcionar em agosto.
Autoridades haviam negado, entretanto, que o vírus tivesse afetado as atividades nucleares do país.
A complexidade do Stuxnet, programa que permite o acesso remoto ao computador infectado, sugere que ele deve ter sido criado por algum governo nacional, de acordo com alguns analistas.
Acredita-se que o vírus seja o primeiro especialmente criado para atacar infraestruturas reais, como usinas hidrelétricas e fábricas.
'Atividades destrutivas'
O ministro de Inteligência do país, Heidar Moslehi, disse que o Irã "está sempre enfrentando atividades destrutivas de serviços (de espionagem)".
"Prendemos diversos espiões para bloquear os movimentos destrutivos do inimigo", agregou.
Não foram divulgados, entretanto, detalhes como o número de pessoas presas, ou se o caso tem relação específica com o ataque do Stuxnet.
Apesar de o vírus ter afetado também computadores em Índia, Indonésia e EUA, o Irã foi o principal afetado - acredita-se que o vírus tenha sofrido uma mutação no país, e atacado cerca de 3 mil computadores.
Energia
A usina de Bushehr deve começar a produzir energia nuclear em janeiro, dois meses após o planejado, mas autoridades dizem que o atraso não tem relação com o ataque do Stuxnet.
Fonte: Estadão
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