A China poderá ser o maior produtor de artigos científicos já em 2013, ultrapassando os Estados Unidos, diz um relatório daRoyal Society de Londres que analisou o estado da colaboração científica mundial.
“O mundo científico está a mudar e novos jogadores estão a surgir rapidamente”, disse em comunicado Chris Llewellyn Smith, antigo director do CERN e o presidente do grupo consultivo do estudo, intitulado “Conhecimento, redes e nações. A Colaboração Científica Global no século XXI”.
Segundo o relatório, a produção científica continua a florescer. Entre 2002 e 2007, o dinheiro gasto em investigação passou de 561 para 813 mil milhões de euros, ao mesmo tempo que o número de investigadores subiu de 5,7 para 7,1 milhões. Países como a Índia, o Brasil, o Irão, a Turquia ou mesmo a Tunísia estão a apostar cada vez mais na ciência e há uma colaboração internacional maior.
“Além da emergência da China, vemos um crescimento no Sudeste asiático, no Médio Oriente, no Norte de África e noutras nações. O aumento de colaboração e investigação científica é muito bem-vindo. No entanto, nenhuma nação que foi historicamente dominante pode dar-se ao luxo de se apoiar nas conquistas passadas se quer ter a vantagem competitiva a nível económico que ser-se um líder científico proporciona”, disse o inglês.
A China é o segundo país que mais publica artigos científicos. Entre 1993-2003 e 2004-2008, a percentagem mundial de publicações do gigante asiático passou de 4,4 para 10,2 por cento, enquanto nos Estados Unidos decresceu de 26 para 21 por cento. O terceiro lugar vai para o Reino Unido que passou de 7,1 para 6,5 por cento.
O número total de artigos publicados pelos EUA vai continuar a aumentar, mas “algures antes de 2020, espera-se que a China ultrapasse os Estados Unidos”, diz o relatório. Há projecções que apontam que esse momento será já em 2013.
Mas o aumento da qualidade científica, avaliada pelo número de vezes que um artigo é citado, não está a acontecer tão rápido e a China vai demorar mais de uma década para chegar ao rácio ocidental. A percentagem de citações do país, apesar de ter subido de quase zero para quatro por cento entre os dois períodos, ainda está longe das citações dos EUA, que rondam os 30 por cento.
Fonte: Publico
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