O Opportunity atolou em 2005, enquanto atravessava uma duna rumo a um grupo de rochas que ele deveria analisar.

Devido à distância, os comandos para o robô devem ser enviados e, só depois de cerca de 20 minutos, os engenheiros ficam sabendo se cada manobra teve êxito. Esta é a primeira vez que o Opportunity atola. Seu irmão gêmeo, Spirit, continua em atividade sem qualquer problema.

Fotografando as rodas

Quando perceberam que os comandos enviados para que o robô se deslocasse não haviam dado o resultado esperado, os engenheiros imediatamente enviaram novos comandos para que ele fotografasse suas próprias rodas.

O resultado foi o que já se suspeitava: suas rodas estavam afundadas até a metade na areia.

"Nós optamos por agir cautelosamente, de forma que nós não esperamos começar realmente a tentar sair da duna antes da próxima semana, possivelmente até mais do que isso, " afirmou Jim Erickson, chefe da missão.

Os dois robôs foram planejados para uma missão de apenas 3 meses. Mesmo tendo já operado por mais de um ano, os cientistas esperam continuar contando com sua atuação em Marte, aprofundando cada vez mais o conhecimento que possuímos sobre nosso vizinho. Afinal, Marte é o candidato natural para a primeira missão espacial terrestre a outro planeta.


Paciência robótica

Quando atolou, o Opportunity estava andando em marcha-à-ré. Os cientistas freqüentemente alternam os movimentos do robô, fazendo-o andar nos dois sentidos, de forma a manter uniforme a lubrificação das rodas.

O comando enviado planejava um movimento de 90 metros, mas o robô andou apenas 40 metros. As rodas permaneceram girando durante o restante do tempo que seria necessário para que ele atingisse seu objetivo. Isto fez com que suas rodas afundassem muito na areia.

Durante os últimos dias, os engenheiros construíram uma duna artificial, muito parecida com aquela na qual o Opportunity se encontra. Os resultados dos primeiros testes são encorajadores, já fazendo com que os cientistas acreditem que conseguirão desatolar o robô

Apesar disso, a equipe prosseguirá com várias simulações antes de enviar os comandos de movimento, de forma a evitar um contratempo que poderia levar o Opportunity a uma situação ainda mais delicada.

Diferentemente do Viking, que realizou experimentos científicos a partir de uma posição fixa, o Opportunity, com seis rodas e movido a energia solar, manteve-se em movimento, descendo encostas de crateras e analisando rochas.

Projetado para durar três meses, o robô já percorreu mais de 18 km e se aproxima da maior cratera de impacto de sua missão, numa jornada que deve levar vários anos.

Com o inverno marciano no hemisfério sul, o robô tem alternado períodos de movimento com descanso para recarregar as baterias.

"A expectativa é de que o Opportunity continue, e continue e continue", disse o gerente do projeto, John Callas, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa.

O pesquisador Ray Arvidson, que trabalhou com o Viking, está espantado. "Não achei que veria isso durante a minha vida", afirmou.

O recorde do Opportunity pode ser derrubado em alguns meses. Spirit, seu "irmão gêmeo", pousou 21 dias antes. Mas a Nasa não sabe se ele ainda está funcionando. O robô, atolado, comunicou-se com a Nasa pela última vez no fim de março, e entrou em modo de hibernação, possivelmente porque o Sol está baixo demais no horizonte para alimentá-lo.

Os cientistas esperam pela primavera marciana para determinar se o robô não morreu congelado.

By Vinna, com informações do inovação tecnologica e estadão