“Estamos pedindo o apoio das autoridades brasileiras porque, desde o acidente, temos sentido que o órgão francês responsável pelas apurações [o Escritório de Investigações e Análises sobre Aviação Civil, em francês BEA] não tem nos fornecido todas as informações”, afirmou o presidente da Associação das Famílias e Vítimas do Voo 447 da Air France, Nelson Faria Marinho.
Hoje (8), ao longo do dia, Marinho se reunirá em Brasília com um assessor da presidenta Dilma Rousseff, com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e com o chefe do Cenipa, brigadeiro José Pompeu Brasil.
Marinho adiantou que a prioridade da associação é convencer Jobim e a presidenta sobre a importância de disponibilizar técnicos do Cenipa para ajudar o procurador Anderson Vagner Góis dos Santos, responsável pelo inquérito criminal que corre na Procuradoria da República em Pernambuco, a interpretar as informações contidas no relatório de cerca de 750 páginas, entregue pela associação em março deste ano.
Submarino robô Remus, que é usado na quarta operação de buscas pelos destroços do voo AF 447 |
“O procurador quer apurar tudo, mas ele chegou a um ponto em que, por falta de conhecimentos específicos, não consegue interpretar os documentos que eu mesmo trouxe da França e que contêm informações fornecidas por sindicatos, pilotos e especialistas. Precisamos do Cenipa, que é o órgão competente”, afirmou Marinho, garantindo que os documentos indicam que as aeronaves modelo A330 da Airbus têm problemas de fabricação e que a Air France não fazia a adequada manutenção de sua frota.
A associação também exige que um representante brasileiro acompanhe o resgate dos destroços e dos corpos na condição de observador. “Temos que ter observadores do governo na hora da retiradas dos corpos, dos destroços e na investigação, pois não acreditamos que os franceses vão criar provas contra si mesmos. Pedimos que um representante da associação também esteja presente, mas o BEA resiste a essa ideia”.
Para Marinho, os corpos que eventualmente forem resgatados dos destroços localizados segunda-feira (4) devem ser levados ao Instituto Médico Legal (IML) de Recife (PE) e não para a França, como alguns parentes chegaram a comentar em entrevistas a veículos de comunicação. Marinho também descartou que, mesmo a pedido de parentes, o corpo de alguma das vítimas seja deixado no fundo do mar. “A lei tem que ser cumprida e os corpos resgatados”.
Segundo as autoridades francesas, a operação de resgate dos corpos e das partes da fuselagem do Airbus A330, avistadas a uma profundidade de 4 quilômetros, deve começar entre três e quatro semanas.
Fonte: AFP - Via: JB
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