Todos já ouvimos falar da energia obtida a partir do vento, do sol, da força da água, da queima de determinados materiais e de outros processos. Agora, um grupo de pesquisadores daUniversidade de Stanford, na Califórnia, Estados Unidos, está perto de decifrar uma nova forma de gerar energia, com a contribuição de outro elemento da natureza: o sal.

O processo ao qual os cientistas têm se dedicado se baseia no princípio da entropia,segundo o qual uma carga de energia é produzida quando a água doce se dispersa em água salgada. Este fenômeno já era conhecido dos pesquisadores. Em um ambiente natural, quando a água doce se mistura à salgada, provoca um pequeno aumento de temperatura. A forma de capturar a energia liberada neste processo e transformá-la em eletricidade já vinha sendo estudada pela comunidade científica e algumas empresas.



O sal grosso é considerado um potente purificador de ambientes.

A mais convencional delas é a utilização de uma membrana que separe a água doce da salgada. Quando a primeira passa pela membrana em direção à salgada, gera um aumento de pressão que pode ser direcionado, por exemplo, para girar uma turbina. A empresa norueguesa Statkraft vinha estudando este método.

Os pesquisadores de Stanford substituem essa membrana por uma bateria dotada de uma treliça feita de nanofibras de dióxido de manganês e de eletrodos de prata. Parece complicado mas, na prática, o movimento de componentes do sal, como sódio e cloro, pela treliça, gera energia que carrega a bateria.

Yi Cui, cientista-chefe do projeto, estima que, se hipoteticamente a tecnologia fosse aplicada em todos os rios do mundo, poderia gerar 2 TW, algo como 13% do atual consumo global de energia.

O sal vem ganhando relevância crescente no mercado de energias limpas. Na forma líquida, tem sido pesquisado como solução de armazenamento da energia gerada em usinas solares. Outro projeto promissor é uma bateria combustível que combina dessalinização, tratamento de água já usada, geração de energia e produção de hidrogênio em um simples processo.

Fonte: Revista Época