O governo chinês divulgou imagens de um porta-aviões em construção que mostram o navio praticamente pronto. Legendas nas fotos - divulgadas na quarta-feira pelo site da agência oficial Nova China - afirmavam que a embarcação de guerra deverá navegar ainda este ano.

Essa foi a primeira vez que a agência estatal ofereceu prova visual do projeto do porta-aviões Varyag, que Pequim comprou da Ucrânia em 1998. A reforma da embarcação é vista como um elemento decisivo na modernização militar da China e nas ambições navais do país.

A reconstrução ocorre nas águas de Dalian, uma cidade costeira do leste chinês. A Nova China atribuiu a afirmação de que a embarcação estará pronta para navegar este ano à revista de análise canadense Kanwa Asian Defense Review.

O fato de a agência chinesa ter usado a informação em uma das legendas deu a entender que se tratava de um aval oficial do governo chinês a respeito do assunto.

"Enorme navio de guerra prestes a deixar o porto, realizando o sonho chinês de 70 anos de ter um porta-aviões", dizia a manchete sobre as imagens. Uma das legendas dizia: "Dias atrás, fóruns domésticos de discussões militares online publicaram fotos do porta-aviões Varyag sendo reconstruído no estaleiro de Dailan. Pelas imagens, podemos ver que o projetos está entrando em seu estágio final".

A agência ressaltou que a obra na ponte de comando estava quase pronta, com exceção da instalação do sistema de radar. Os sites aos quais a Nova China se referiu são fóruns de discussão usados por chineses entusiastas do militarismo.

O fundador da Kanwa Asian Defense Review, Andrei Cheng, disse ontem que as imagens publicadas pela Nova China mostravam o porta-aviões em um estágio de reconstrução muito mais avançado do que ele esperava. Afirmou que sua revista havia obtido fotos da embarcação tiradas em fevereiro.

Segundo Cheng, porém, essas imagens não mostravam que a pintura na parte superior do navio estava feita, como as publicadas pela agência chinesa. "A velocidade (da obra) é muito impressionante, me surpreendeu", disse.

Semana passada, um porta-voz do Exército chinês recusou-se a falar sobre o porta-aviões. Ontem, a chancelaria chinesa adotou a mesma atitude.

Fonte: Estadão