A central nuclear de Fort Calhoun, no Nebrasca, está rodeada pelas águas do rio Missouri, depois do colapso, ontem, de uma barreira temporária de contenção às inundações. As autoridades garantem que os reactores não foram afectados.

Segundo a Comissão norte-americana de regulação nuclear (Nuclear Regulatory Commission, NRC), foi detectada na madrugada de domingo uma fissura da barreira insuflável que protegia a central. Os edifícios do complexo e os geradores eléctricos estão agora rodeados pelo rio, que subiu devido às fortes chuvas na região. Por isso, as autoridades activaram os geradores de emergência e conseguiram restaurar a energia durante a tarde de ontem.

A central estava fora de funcionamento desde início de Abril para reabastecimento de combustível e não foi activada por causa da previsão de inundações, segundo uma nota de imprensa da NRC. Segundo esta comissão, não existe água dentro dos edifícios. Ao jornal “Washington Post”, o porta-voz da NRC garantiu que a central continua em condições de segurança, uma vez que o colapso da barreira não afectou os sistemas de arrefecimento dos reactores nem das piscinas de combustível usado.

De momento, as causas da fissura na barreira de protecção estão a ser investigadas. A central só voltará a funcionar quando as águas recuarem totalmente.

As águas do rio Missouri também estão a afectar outra central nuclear no Nebrasca, desta vez a central Cooper, perto de Brownville. Segundo o jornal "New York Times", há vários dias que os técnicos da central trabalham para defendê-la das águas, que começaram a subir há uma semana. As autoridades colocaram no local mais de cinco mil toneladas de sacos de areia para proteger a central Cooper, revela o jornal. Ainda assim, o nível das águas estará a recuar, noticia hoje a agência Reuters.

"Ambas as centrais nucleares (norte-americanas) activaram os seus planos de emergência face a inundações e tomaram as medidas apropriadas para proteger as estruturas vitais, sistemas e componentes da subida das águas", declarou, em comunicado, o responsável da NRC para a região, Elmo Collins.

As inundações representam sempre um risco potencial para os reactores nucleares mas esta ameaça ganhou recentemente uma maior dimensão depois da crise nuclear no Japão. Um tsunami atingiu em Março a central de Fukushima 1 e fez parar os sistemas de arrefecimento, gerando uma perigosa subida de temperatura nos reactores e nas piscinas que armazenam combustível usado.

Fonte: Publico