Uma delegação de ministros e empresários de Honduras, liderada pelo chanceler Arturo Corrales, se reuniu na manhã desta terça-feira com o ministro da Indústria e Comércio brasileiro, Fernando Pimentel, para negociar financiamento do BNDES para obras de infraestrutura no país e compra de caças e equipamentos que podem chegar a US$ 1 bilhão. É a primeira vez que um grupo de seis ministros, além de parlamentares e empresários, vem ao Brasil para uma visita oficial desde a crise de 2009, quando o ex-presidente Manuel Zelaya, expulso do país em um golpe de Estado militar, se refugiou na embaixada brasileira em Tegucigalpa.Segundo assessores da embaixada de Honduras no Brasil, a vinda do chanceler ao País "inicia uma nova e frutífera etapa" nas relações entre as duas nações.A comitiva negocia a construção de duas hidrelétricas e um canal seco que faria a ligação rodoviária entre portos no Atlântico e no Pacífico. As obras serão realizadas por empreiteiras brasileiras.Segundo um assessor do MDIC, que falou sob condição de anonimato, o governo de Honduras afirmou ainda, na reunião com Pimentel, ter interesse em comprar um lote de caças Super Tucano, da Embraer e máquinas agrícolas. A embaixada confirmou que o grupo, que fica no Brasil até quinta-feira, irá visitar a sede da Embraer, em São José dos Campos.
Empreiteiras brasileiras
Entre as obras em negociação estão as hidrelétricas de Los Llanitos e Jicatuuyo, já contratadas com a Odebrecht. Segundo a empresa brasileira, o estudo de viabilidade será concluído nas próximas semanas. Los Llanitos havia sido aprovada antes da crise de 2009, mas o processo foi paralisado com o golpe militar.
O governo do país quer ainda retomar o projeto da represa de San Fernando, para abastecimento de água da região da capital, Tegucigalpa, e que está estimado em US$ 600 milhões. Segundo a fonte do MDIC, há um pedido de empréstimo de US$ 271 milhões ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a obra, a ser realizada pela Andrade Gutierrez.Já o canal seco, a ser realizado por um consórcio entre OAS e Queiroz Galvão, teria um custo de US$ 219 milhões - com um aporte estimado de 145 milhões do BNDES."É importante normalizar as relações com o Brasil, pois é um país importante na região e seria vital conseguir o financiamento para os projetos hidrelétricos de Los Llanitos e Jicatuyo, que nos permitirão avançar na mudança de nossa matriz energética para fontes renováveis", afirmou à Reuters Benjamín Bográn, executivo do Conselho Hondurenho da Empresa Privada (COHEP).O principal interesse do Brasil, segundo a fonte do MDIC, seria exportar serviços e equipamentos necessários para as obras.Fonte: Terra
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