O diretor da Energia, fabricante russa de naves espaciais, Vitaly Lopota, informou que terá início em 2017 a fase de testes com o foguete russo projetado para enviar uma missão tripulada à Lua. Ele afirmou que o projeto ideal do veículo teve de ser adaptado às novas exigências apresentadas pela Agência Espacial Russa (Roskosmos).
Ainda de acordo com Vitaly Lopota, as novas exigências da Roskosmos implicaram na revisão de custos do projeto. Ele acredita, porém, que os engenheiros e técnicos da empresa saberão trabalhar com a agilidade e eficiência necessárias à execução do projeto.


Estima-se que a preparação e realização de uma expedição à Lua nos próximos dez anos consuma cerca de US$ 17 bilhões (R$ 30,6 bilhões), enquanto o orçamento anual da Roskosmos não ultrapassa 120 bilhões de rublos (R$ 7,2 bilhões).  

O pouso na Lua, 50 anos depois da expedição americana, não interessa a ninguém e dificilmente pode constituir uma justificativa suficiente para demandar uma soma tão grande de dinheiro. O programa científico de exploração do satélite da Terra é, desde já, assegurado por expedições de veículos não tripulados de vários países. A Rússia também tem projetos nesse segmento de estudos lunares, devendo lançar ainda nessa década as sondas Luna-Glob e Luna-Resurs, cuja missão será trazer à Terra uma cápsula com amostras do solo lunar “úmido” colhidas em uma das regiões polares. 

 A obtenção de amostras do solo lunar pode dar impulso a um programa espacial mais ambicioso. A já provada existência de grandes massas de gelo nas regiões polares da Lua facilita a tarefa de instalar ali uma base permanente. A Lua, apesar de não possuir atmosfera, pode fornecer à base o oxigênio: o teor de oxigênio fixo no solo lunar atinge 40%, o que permite diminuir o custo do futuro programa lunar.
Um dos argumentos a favor de uma base lunar é a possibilidade de usá-la como rampa de lançamento de viagens ao planeta Marte. O fato de a gravidade na Lua ser menor do que na Terra facilita o lançamento de uma espaçonave pesada, capaz de levar a Marte e trazer de volta uma expedição de seis a sete pessoas mais os equipamentos. A existência de uma base permanente na Lua permitirá construir “estaleiros espaciais” para a montagem de espaçonaves a partir de módulos trazidos da Terra.
Outro aspecto importante é que o solo lunar possui grandes reservas de isótopo de hélio-3, elemento muito raro na Terra.
A reação da fusão deutério-hélio é considerada como boa alternativa à reação deutério-trítio, extensivamente utilizada nos processos termonucleares. As principais perspectivas do uso de hélio-3 estão na energia termonuclear. 

Fonte: Gazeta Russa