O Reino Unido vai apoiar o esforço das forças francesas para travar o
avanço dos radicas islâmicos na África ocidental, através do envio de
330 soldados para o Mali e países vizinhos. A informação chegou ontem do
número 10 de Downing Street, num comunicado que adianta ainda que parte
desta força – cerca de 40 – são instrutores militares que irão apoiar a
formação de soldados no Mali, enquanto outros 200 soldados britânicos
serão destacados para os países africanos vizinhos.

Cerca de 600 milhões de dólares (quase 445 milhões de euros) foram já
garantidos, incluindo mais de 120 milhões do Japão e 96 milhões de
dólares dos EUA. A conferência aconteceu um dia depois de as forças
francesas terem recuperado a antiga cidade de Tombuctu sem encontrarem
qualquer resistência. Depois de, no sábado, terem retomado a maior
cidade no Norte do Mali, Gao, as tropas francesas deverão agora ter as
atenções focadas no último bastião rebelde, Kidal.
A conferência de Addis Abeba reuniu os líderes e as autoridades
africanas e representantes tanto das Nações Unidas como da União
Europeia e da China. Não foi para já definido qualquer tecto para o
montante que a conferência deverá angariar, mas alguns diplomatas
sugeriram que pelo menos 700 milhões de dólares serão necessários para a
missão internacional (liderada pelos países africanos) de apoio ao Mali
e para reforçar as tropas do país, sem contar com os avultados custos
do apoio humanitário.
A falta de fundos e de recursos logísticos está a atrasar os esforços
das tropas africanas para apoiarem o exército maliano. Até ao momento,
apenas 2 mil soldados foram enviados para o país, com a parte mais
significativa do esforço de guerra suportado pelos 2500 soldados
franceses. A França iniciou no dia 11 de Janeiro a sua ofensiva no Mali
contra aqueles grupos rebeldes, que mantêm ligações à Al-Qaeda.
O presidente do Mali, Dioncounda Traore, agradeceu a “toda a comunidade
internacional” a ajuda ao país e lançou ainda um apelo ao mundo
muçulmano para apoiar os actuais esforços, demonstrando que “o islão, na
sua verdadeira dimensão, não se deixa usar para encobrir acções de
terrorismo e crime organizado”.
Durante o dia de ontem, as tropas francesas e malianas consolidaram as
suas posições em Tombuctu – Património Mundial da UNESCO. Depois de
quase um ano de ocupação pelos islamitas, mais de metade da população
abandonou o coração cultural do Mali e algumas das suas famosas
bibliotecas e santuários foram incendiados pelos rebeldes quando se
viram obrigados a fugir da cidade. Não se sabe ainda o que ardeu, mas
ter-se-ão perdido valiosos manuscritos históricos.
Fonte: Ionline
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