Um grupo de cientistas da Universidade de Newcastle,
na Inglaterra, descobriu que o cilindro de platina e irídio utilizado
como padrão para medir um quilograma está ficando mais pesado. De acordo
com uma notícia publicada pela instituição, os pesquisadores realizaram
análises em superfícies similares às do bloco padrão para determinar
como décadas de acúmulo de contaminantes podem estar alterando o peso do
cilindro.
O bloco padrão — também conhecido como Protótipo Internacional do
Quilograma — foi criado em 1875 para estandardizar a medida. Alguns anos
mais tarde, 40 réplicas foram produzidas para que, a partir de então,
um quilograma pudesse ser medido exatamente da mesma forma em todo o
mundo.
Quilograma mais pesado
Depois de realizar uma análise espectroscópica de um cilindro
semelhante ao original, os pesquisadores descobriram que os
contaminantes presentes no ar — resultantes do processo de
industrialização e progresso da vida moderna — provocaram o acúmulo de
substâncias na superfície do bloco, tornando-o vários microgramas mais
pesado do que quando foi criado.
Isso também significa que as réplicas, que se encontram distribuídas
em diversos países, também estão sofrendo alteração de peso — em
velocidades e intensidades diferentes —, tornando-se cada vez mais
diferentes do cilindro original. Conforme explicaram os pesquisadores,
embora a diferença “vários microgramas” pareça ser insignificante, a
verdade é que essa variação pode ter consequências bem pesadas.
Basta pensar no comércio internacional de
substâncias supervaliosas ou como um único micrograma poderia afetar o
trabalho de químicos e outros cientistas, por exemplo. Mas, por sorte,
os cientistas também descobriram como fazer com que o cilindro volte a
“emagrecer”.
Dieta
Os pesquisadores afirmam que existem métodos bem simples para
eliminar o acúmulo de contaminantes, como submeter a superfície do
cilindro a um determinado tipo de luz, que mistura ozônio e raios
ultravioleta. Entretanto, embora o estudo seja interessante, vale
lembrar que os pesquisadores não utilizaram o cilindro original para
obter os resultados.
Na verdade, o protótipo-padrão — que se encontra na França — passa por limpezas periódicas que resultam na perda de alguns microgramas
a cada procedimento. Por outro lado, quem sabe o método indicado pelos
cientistas para eliminar o acúmulo de contaminantes não possa ser
adotado para que o bloco original se mantenha sempre no peso exato?
Fonte: Universidade de Newcastle - Via Tecmundo
0 Comentários