Empresa havia ajudado a desenvolver testes mais complexos e completos para a bateria da aeronave, mas nunca os utilizara.
Para seus aviões modelo Dreamliner 787
voltarem a voar, a fabricante americana de aeronaves Boeing está
testando o sistema de baterias do avião sob um padrão rigoroso que havia
sido desenvolvido com ajuda da própria companhia, mas que nunca havia
utilizado na aeronave.
Em janeiro, a Administração Federal de Aviação (FAA, em inglês),
autoridade nacional do setor nos Estados Unidos, ordenou que todas
companhias aéreas americanas mantivessem os aviões Boeing 787,
Dreamliner, em solo temporariamente.
A decisão ocorreu após duas companhias aéreas japonesas, All Nippon
Airways e Japan Airlines, suspenderem o uso do Dreamliner por causa de
uma falha ocorrida durante um voo. As autoridades aeroportuárias
japonesas confirmaram que houve um problema em uma das baterias de
lítio. Ao todo são 50 aeronaves deste modelo que foram inabilitadas para
voar.
No início de fevereiro a FAA permitiu que a Boeing conduzisse voos-testes com o modelo 787 Dreamliner. Assim, a companhia americana começou a preparar um novo desenho
que minimizará o risco de superaquecimento e incêndio nas baterias de
íons de lítio, motivo principal dos incidentes com os aviões.
A decisão da Boeing, anunciada nesta segunda-feira é de que ela vai
mudar o padrão de testes da bateria para padrões mais complexos e
completos, conhecidos como RTCA. O debate pode trazer implicações ao uso
futuro de baterias de ion-lítio em aeronaves.
Contudo, a mudança gerou questionamentos sobre o por quê de a empresa
não ter feito esses testes mais duros desde o início da operação das
aeronaves 787, em outubro de 2007. Questionado porque a Boeing não havia
utilizado o padrão RTCA antes, um engenheiro sênior da companhia
sugeriu na sexta-feira que o padrão era amplo demais.
A FAA não respondeu aos questionamentos sobre porque não aplicou o
padrão antes ou sobre a decisão da Boeing em utilizá-lo agora. Um comitê
integrado pela Boeing chegou a publicar orientações de segurança em
março de 2008 para o uso de baterias de ion-lítio em aeronaves, de modo a
minimizar o risco de incêndio. mas a Boeing optou por não utilizar as
novas orientações.
Fonte: Veja.com (com agência Reuters) - Foto: Stephen Brashear/AFP - Via Aviation News
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