A joint venture que está construindo o Mitsubishi Regional Jet (MRJ),
primeira aeronave comercial japonesa em meio século, prevê que o
mercado de jatos de capacidade para entre 70 e 90 passageiros pode
comportar até 5 mil unidades ao longo das duas próximas décadas.
Essa estimativa representa quase o dobro das projeções de duas
outras fabricantes especializadas em jatos regionais, a brasileira
Embraer e a canadense Bombardier.
O novo avião japonês, desenvolvido pela Mitsubishi Aircraft, que
deve começar a voar neste ano e passa a ser entregue em 2015, pode,
dizem especialistas da indústria, ter como objetivo principal conquistar
mais postos de trabalho no setor aeroespacial japonês da tradicional
parceira Boeing do que apresentar uma proposta de lucro atraente.
"Gostaríamos de capturar cerca de metade do mercado de 5 mil
aeronaves", disse o presidente-executivo da Mitsubishi Aircraft, Teruaki
Kawai, à Reuters.
Essa estimativa também supera em 2.000 aeroanves as previsões da
Japan Aircraft Development Corp (JADC). O Conselho de Administração da
JADC é presidido por Hideaki Omiya, que é presidente-executivo da
Mitsubishi Heavy Industries (MHI), que detém 60 por cento da Mitsubishi
Aircraft.
"É uma estimativa pouco realista de receita", disse o analista de espaço aéreo Richard Aboulafia, do Teal Group em Virginia.
A meta oficial de vendas do empreendimento, do qual a Toyota Motor é um acionista significativo, é de mais de 1.000 MRJs.
Questionado sobre a disparidade das previsões frente à de seus
principais rivais e ao próprio lobby industrial, uma porta-voz da
venture MRJ disse que sua estimativa baseava-se em seus próprios dados,
sem explicar como chegou a esse número.
Fonte: Reuters
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