A Rússia e a Itália retomam as obras de projeção de submarinos destinados à exportação. A aplicação de tecnologias e a experiência de ambos os países acumulada nesse segmento poderão proporcionar elevadas receitas na altura em que muitos Estados procedem à criação ou à modernização de submersíveis ao serviço das respectivas Marinhas.
Sinergia como a chave do sucesso
O
mercado de submarinos continua a gerar receitas estáveis para os
produtores. Os contratos de exportação abrangem praticamente todos os
países produtores de submarinos – a RFA, a França e a Rússia. A par
disso, os submersíveis modernos se tornam cada vez mais caros e
complexos, o que implica a necessária cooperação na sua projeção e
construção. A colaboração permite minimizar as despesas com os trabalhos
de projeção, bem como tirar proveito dos sucessos alcançados por
diferentes escolas de engenharia naval.
A ideia de
convergência surgiu ainda nos finais da década de 90 do século passado,
enquanto a projeção de um submarino de 1.000 toneladas se iniciou em
2004. Em 2008, os trabalhos foram suspensos devido à crise econômica
global. Todavia, a situação atual incute otimismo. É que, em face da
demanda crescente, sobretudo, nos países da região asiática e do
Pacífico, o projeto russo-italiano, a cargo da empresa russa Rubin e a
companhia italiana Fincantieri, pode vir a ser um sucesso.
O
novo submarino será adquirido, antes de mais, por aqueles países que
buscam soluções mais econômicas. O projeto S-1000 é, sem dúvida,
polivalente, já que o submersível poderá servir tanto na luta contra
alvos da superfície e subaquáticos, como na colocação de minas e na
execução de operações especiais. O navio é capaz de acolher, para além
da tripulação, um grupo de seis fuzileiros navais especialmente
treinados para atos de diversão.
O submarino não traz
mísseis, nem possui o bloco energético anaeróbico, o que reduz a
autonomia de navegação em estado de imersão. Mas isso se reflete no
preço relativamente baixo que, ao que parece, não deverá ultrapassar
120-150 milhões de dólares por unidade. Tais valores, aliados à
manutenção técnica e à preparação de tripulantes, são admissíveis até
para os países pobres.
Deste modo, o S-1000 tem chances de virar um produto viável nos próximos 2-3 anos, sem concorrência em termos de preço.
As
obras de projeção não impedem a realização de outros projetos russos,
incluindo a construção do Amur-950, submarino similar mas dotado de
mísseis e armamentos mais pesados. O Amur-950 dispõe de 10 dispositivos
de lançamento verticais, podendo ser equipado ainda com módulos
energéticos anaeróbicos, o que reforça a sua capacidade combativa.
Até
há pouco, a exportação do Amur foi impedida pela ausência de módulos
anaeróbicos produzidos em série. Para suprir a falta, o Ministério da
Defesa planeja retomar a produção em série de submarinos do projeto 677,
dotados de blocos anaeróbicos. Assim sendo, para além do Amur-950,
serão postos à venda os submersíveis do projeto 677, destinados para
exportação com o nome de Amur-1650. Este último já despertou interesse
da China e da Indonésia. Quando os submarinos do projeto 677 entrarem em
serviço, este interesse poderá traduzir-se em contratos reais.
Fonte: A Voz da Russia
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