O Japão planeia criar uma comissão para reforçar o controlo em cerca de 400 ilhas remotas não reclamadas, limítrofes às suas águas territoriais, e garantir a administração dos recursos naturais das mesmas, noticiou hoje o diário Japan Times.
A medida ocorre num momento marcado pelo aumento da tensão durante o
último ano nas disputas territoriais que o Japão mantém com a China e
Taiwan pela soberania das ilhas Senkaku (ou Diaoyu, na designação
chinesa), e com a Coreia do Sul pelas Dokdo (conhecidas no Japão pelo
nome de Takeshima).
Com a nacionalização destas cerca de 400 ilhas, metade das quais segundo
Tóquio não têm sequer nome, o Japão pretende dar um passo no seu
objetivo de definir claramente os seus limites territoriais, depois de a
China ter incrementado a sua presença militar nessas águas.
A tensão aumentou nas águas ao largo das Senkaku em setembro passado,
quando o Japão comprou a um proprietário privado três das cinco ilhas do
arquipélago desabitado, situado no Mar da China Oriental, e com apenas
sete quilómetros de extensão.
Nos sete meses seguintes ao anúncio da nacionalização das Senkaku, que
se estima albergarem importantes bancos de pesca e recursos naturais,
foram registas 41 intrusões de barcos chineses naquelas águas, muito
acima das cinco que Tóquio detetou entre 2008 e 2012.
A comissão governamental, que se espera que comece a sua atividade no
princípio da próxima semana, começará a recolher dados ambientais das
ilhas e a dar nomes às que não estão identificadas, segundo indicou o
diário.
Em 2012 o Japão completou o processo de identificar cerca de 99 ilhas
remotas situadas no limite de 200 milhas náuticas que marcam a zona
económica especial que habilita o governo nipónico a explorar os seus
recursos naturais.
Fonte: LUSA-RTP
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