A Astrobiology Magazine, publicada pela agência espacial dos
Estados Unidos (NASA), destacou nesta semana artigo de pesquisadores
brasileiros sobre a missão Sabia-Mar (Satélite Argentino-Brasileiro de
Informação Ambientais Marinhas).
O satélite é fruto de uma parceria entra Agência Espacial Brasileira,
o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e a Comisión Nacional de
Actividades Espaciales (Conae), da Argentina.
Bruno Martini e Maurício Almeida, do Centro de Estudos do Mar (CEM)
da Universidade Federal do Paraná (UFPR), são os autores do artigo "The color of the ocean: the Sabia-Mar Mission" (A cor do oceano: a Missão Sabia-Mar).
O artigo detalha aspectos da missão com aplicações no estudo dos
ecossistemas oceânicos, ciclo do carbono, mapeamento do hábitat marinho e
observação costeira.
Estudos da cor do mar
Dados da cor do oceano obtidos por satélites são usados no estudo da
biosfera oceânica, de sua dinâmica e de seus impactos nas atividades
antropogênicas.
Esses dados são necessários para quantificar mudanças oceânicas
globais em diversas escalas de tempo (de meses a décadas). Os dados de
cor do oceano são essenciais na estimativa de produção primária de
fitoplâncton, que se relaciona diretamente à absorção de dióxido de
carbono (CO2).
Esses dados têm aplicação em monitoramento da qualidade da água e do
transporte de sedimentos (erosão) nas regiões costeiras, gerando
informação para atividades pesqueiras e de aquicultura (fazendas
marinhas).
Há, ainda, o estudo da influência dos oceanos sobre as mudanças climáticas, que exige séries de dados longas e contínuas.
Dessa forma, a missão Sabia-Mar, além de contribuir para os estudos
regionais argentinos e brasileiros, poderá beneficiar a comunidade
internacional na área de clima e mudanças globais, reforçando o papel
dos dois países no cenário mundial.
Satélites Sabia-Mar
O projeto Sabia-Mar consiste em uma dupla de satélites baseados na plataforma brasileira PMM (Plataforma Multimissão), desenvolvida pelo Inpe.
Os sensores do Sabia-Mar deverão ser capazes de realizar a observação
global com resolução de 1 quilômetro e revisita diária, além da
observação costeira regional e de águas interiores com resolução de 200
metros e revisita de dois dias, com dados disponíveis em tempo real e
capacidade de gravação a bordo.
A partilha de tarefas e custos ainda não está totalmente definida por
Brasil e Argentina, mas deverá ser feita em bases igualitárias (50% e
50%) para o desenvolvimento do segmento espacial, serviço de lançamento e
segmento de aplicações (exceto infraestrutura). Os custos de segmento
solo e demais infraestruturas serão absorvidos independentemente pelos
dois países, segundo suas necessidades.
A fase A do projeto, iniciado em 2010, deverá estar concluída neste
ano. O lançamento do primeiro satélite deverá ocorrer em 2018, e o do
segundo, em 2019.
Fonte: Inovação Tecnológica
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