
A célebre construtora
aeronáutica Dassault foi a empresa por detrás da série de caças Mirage,
muitos dos quais ainda voam em forças aéreas de todo o mundo, incluindo o
Egito. Tendo feito parte do programa Eurofighter nos anos de 1980, que
daria origem ao Typhoon, acabaria, devido a interferência do governo
francês, a separar-se e a investir numa aeronave própria. O Rafale foi o
produto deste programa próprio francês.
O novo caça entrou em
serviço nas forças armadas francesas em 2001, existindo inclusive uma
versão naval, operada de porta-aviões. Revelar-se-ia, contudo, uma venda
difícil. O sucesso dos Mirage devera-se ao alinhamento político natural
do governo francês, e à simplicidade das aeronaves, equipadas com um só
motor mas capazes de grandes performances. O Rafale é uma máquina muito
mais avançada, com dois motores, e cara de adquirir e operar. Não
obstante, rapidamente se tornou no favorito para o programa de aquisição
de caças médios na Índia, um negócio que ainda está para ser fechado, e
chegou a ser anunciado como o novo caça brasileiro, antes de o governo
de Brasília se decidir pelo Gripen sueco. O atual anúncio da compra de
24 Rafales pelo Egito é uma tão necessária tábua de salvação para todo o
projeto, uma vez que o acumular dos custos e a falta de parceiros
estava a forçar Paris a diminuir a escala da produção.

Outra venda que França tenta fazer é a do navio Siroco.
Avaliado em 80 milhões de Euros, seria uma aquisição a um preço
bastante aceitável, e estaria incluída numa nota recente apresentada
pelo Ministro Aguiar-Branco. No entanto a Marinha Brasileira também
revela interesse na mesma, e o seu peso diplomático poderia fazer a
balança pender para Brasília.
Do BlastingNews - Por Francisco Duarte
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