A Coreia do Norte desenvolveu com rapidez mísseis que podem chegar
aos Estados Unidos, provavelmente graças aos motores de design
soviético produzidos em uma fábrica da Ucrânia e obtidos no mercado
negro. De acordo com Michael Elleman, do Instituto Internacional de
Estudos Estratégicos (IISS), os mísseis usados nos recentes testes
realizados por Pyongyang tinham como base os motores RD-250 fabricados
na cidade ucraniana de Dnipro.
O
relatório assinala que esses motores podem ter sido vendidos por
empregados corruptos e levados de contrabando para a Coreia do Norte por
meio de redes criminosas, em algum momento entre o colapso da União
Soviética e a atual crise militar ucraniana.
O governo ucraniano e a empresa reagiram com irritação a essa
versão divulgada pelo jornal The New York Times, insistindo em que a
fábrica Yuzmash não produz foguetes de uso militar desde a independência
da Ucrânia da antiga União Soviética e que não tem vínculos com o
programa de mísseis nucleares da Coreia do Norte.
O
documento do IISS não contradiz essas explicações, sugerindo que os
motores dos mísseis estavam armazenados no que agora é a Rússia, ou na
Ucrânia, desde o fim da União Soviética.
"Um
pequeno grupo de empregados descontentes, ou guardas mal pagos, pode ter
roubado dezenas de artefatos para alguns dos muitos traficantes de
armas, contrabandistas que operavam na antiga União Soviética", afirma o
relatório, que enfatiza não sugerir que o governo ucraniano, ou os
executivos da Yuzmash, estivessem envolvidos.
O
secretário do Conselho de Segurança e Defesa Nacional da Ucrâni,
Oleksandr Turchynov, aproveitou o informe para atacar Moscou.
"Acreditamos que esta campanha contra a Ucrânia tenha sido provocada
pelos serviços especiais russos para ocultar sua participação nos
programas nuclear e de mísseis da Coreia do Norte", alfinetou.
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