https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyRpr8-4Y1BW4puv26QkVDlnh90bZKB5I3lORgkgZazjXhqcMt48ve3CfAOm_XCjZL3ooNnckaUQKh4_3knjpClAP-dodCyX2MB1bgjs-MK1DvBsH_zsntA00Dpcb32SFVDqIMNcsd8FA/s640/biometric.jpgExecutivo da Lumidigm revela que não há nenhum dispositivo 100% à prova de fraudes. Mas os sensores de impressão digital estão quase lá

O Brasil vem chamando atenção do mundo todo por sua capacidade de rapidamente absorver novas tecnologias biométricas em vários segmentos – o que garante uma posição de destaque, principalmente no mercado financeiro. Cinco dos maiores bancos brasileiros já estão adotando a autenticação biométrica, implantando sensores nos caixas eletrônicos. Os demais não devem demorar a seguir esse caminho – nos transformando, provavelmente, no primeiro país no mundo em que o número de caixas eletrônicos com sistema de autenticação biométrica supera aqueles que contam apenas com modelos convencionais até o final deste ano. Diante desse avanço, Phil Scarfo, executivo da Lumidigm – líder global em soluções de autenticação biométrica que foi adquirida recentemente pela HID Global, gigante em soluções de identificação segura – fala sobre os rumos esperados para a biometria no curto e médio prazo.

1.      As senhas e códigos alfanuméricos estão com os dias contados?

Phil Scarfo: “Sim, embora seja difícil prever uma data. O fato é que o mundo mudou dramaticamente nas últimas décadas. Então, por que continuar confiando em métodos de autenticação que não são nem seguros, nem convenientes? Quando fornecedores inteligentes combinam o que os consumidores querem (maior comodidade) com o que eles precisam (maior segurança), o resultado é uma fórmula convincente e vencedora para todos. As senhas têm sido usadas há mais de 50 anos e, embora elas venham se tornando cada vez mais inconvenientes, menos seguras e mais difíceis de administrar e manter – exigindo muito de nós em termos de memória e organização –, ainda persistem em muitas aplicações como se fossem suficientes”.

2.      Existe algum setor pioneiro, que esteja mais adiantado na substituição das senhas por sensores de impressão digital?

Phil Scarfo: “O setor financeiro é o mais avançado. Os bancos brasileiros, por exemplo, estão provando para o mundo todo que a biometria pode aumentar a segurança sem aumentar a complexidade – oferecendo um benefício real e um modelo que funciona. Também sabemos que as senhas estão se tornando uma ameaça cada vez maior à segurança do usuário. Sendo assim, muito provavelmente a biometria será uma alternativa real dentro de uma década em vários setores da economia”.

3.      Por que o Brasil está se destacando tanto com relação à adoção da biometria?

Phil Scarfo: Antes de todos os outros países, o Brasil se deu conta de que segurança é tão importante quanto conveniência. Em muitos mercados, hoje em dia, os provedores estão forçando os clientes a ‘escolher’ entre segurança e comodidade. O que o Brasil já percebeu é que, enquanto os analistas de risco anseiam por segurança, seus clientes estão pedindo mais facilidade e comodidade. Com a biometria, as duas partes saem vitoriosas. Além disso, a tecnologia biométrica de impressão digital é muito bem aceita por toda a população – tendo sido incorporada, também, no sistema eleitoral, no controle de presença de empresas, faculdades, serviços de saúde etc.”.

4.      Sendo uma tecnologia desenvolvida nos Estados Unidos, por que esse país não foi o primeiro a adotar amplamente a biometria?

Phil Scarfo: “Mercados como os Estados Unidos, onde grandes perdas financeiras devido a fraudes ainda são raras, não existe essa percepção da importância de ferramentas como a biometria para aumentar a segurança. Todavia, como esse cenário vem mudando rapidamente em nível mundial, não vai demorar para começar a ver outros mercados como os Estados Unidos e países fortes da União Europeia adotar a autenticação biométrica também”.

5.      Em outros países da América Latina, onde a questão segurança é tão fundamental quanto no Brasil, também estão sendo adotados sensores biométricos de impressão digital?

Phil Scarfo: “Sim. No México, Chile e Argentina vemos um interesse crescente em adotar sensores biométricos em muitos segmentos da economia, principalmente o bancário. Assim como o Brasil, eles compreendem que a autenticação biométrica é a forma mais pura de identificação pessoal. Isso assegura que aquela parcela da população que não tem acesso à tecnologia – como moradores de áreas rurais, idosos pensionistas e pessoas que fazem parte de projetos assistenciais do governo – possa fazer uso da biometria sem grandes esforços, já que basta cadastrar a digital e aproximar o dedo do leitor biométrico para ter acesso à conta bancária no caixa eletrônico. Não há nada para aprender ou se lembrar – nem qualquer outra barreira de idade, idioma ou nível educacional. Trata-se de uma tecnologia simples e muito inclusiva.

6.      Qual a relação custo-benefício para a implantação de sensores biométricos nos caixas eletrônicos?

Phil Scarfo: “O custo vem sendo reduzido na medida em que a nova tecnologia vai se popularizando e os sensores vão ficando melhores e mais baratos. Vale dizer que o retorno do investimento se torna mais claro e óbvio quanto mais percebemos seu custo-benefício. Afinal, alternativas como ‘memorização de senhas’ parecem gratuitas mas custam caro – já que são muito vulneráveis. As perdas devido a fraudes e abusos são impactantes para muitos negócios. Portanto, quando avaliamos a relação custo-benefício, é fundamental considerar o nível muitas vezes superior da biometria em termos de segurança e conveniência para clientes bancários ou de outros serviços e empresas. Ou seja, o custo de ter uma autenticação biométrica é menor do que o custo de não ter”.
 
7.      Podemos dizer que a biometria é infalível em termos de segurança?

Phil Scarfo: “Nada em termos de segurança será 100% à prova de fraudes. Gerenciar riscos é uma questão de equilibrar segurança e conveniência. Podemos aumentar a segurança substancialmente, mas através da combinação de fatores que atingem quase a segurança total. Chegamos muito perto de 100%, mas não atingimos os 100%.   A combinação entre biometria, um dispositivo inteligente (com uma aplicação segura) e talvez um PIN (código numérico de identificação pessoal) poderia ser mais do que suficiente para atender aos mais altos padrões de segurança. Mas é errado pensar que alguma coisa é 100% segura, à prova de fraudes. Sendo assim, a melhor opção é aquela que proporciona um nível bastante alto de segurança com a máxima conveniência possível. Que outra tecnologia oferece isso além da biometria? Por enquanto, nenhuma outra.

Fonte: Phil Scarfo, executivo da Lumidigm, líder global em soluções de autenticação por sensores biométricos de impressão digital – que foi adquirida recentemente pela HID Global, líder mundial em soluções de identificação segura que está ampliando seu portfólio, podendo entregar uma variedade de novas soluções de identificação ao mercado.

Do SEGS