As primeiras unidades exportadas do blindado militar Guarani,
desenvolvido pela Iveco em parceria com o Exército do Brasil e produzido
em Sete Lagoas, devem ser destinadas para o Líbano. Em um contrato
firmado com a unidade italiana da fabricante, 10 unidades do veículo
serão enviadas para o país do Oriente Médio. O pacote inclui ainda 70
unidades de outros modelos produzidos na Europa, segundo informações do
site especializado no setor Defense News, do conglomerado de mídia
norte-americano Gannett Company. Fontes do estado confirmam a
informação. A expectativa é entregá-los entre 2016 e 2017. Procurada, a
Iveco não se manifestou sobre o assunto até o fechamento da edição.
O
contrato, de cerca de 30 milhões de euros, segundo o site, inclui 25
veículos leve multifuncional (LMV, sigla em inglês), conhecido como
Lince. O jipe, produzido na fábrica italiana da Iveco, tem tração nas
quatro rodas e 195 cavalos de potência. É usado por importantes
exércitos europeus, como Reino Unido, Itália e Rússia. O veículo foi
testado pelo Exército do Brasil para ser incluído na parceria com a
Iveco, mas ainda não há definição. Outros cinco veículos de proteção
média (MPV, também em inglês), usados para o transporte de tropas,
também fazem parte da encomenda. O veículo pode ser adaptado para
ambulância. Soma-se a esses dois 10 unidades do Guarani e outros 40
veículos fornecidos para a polícia libanesa.
O Guarani
enquadra-se na classificação de viatura blindada de transporte de pessoa
média de rodas (VBTP-MR), com capacidade para 11 pessoas. O aparelho é
equipado com sistema anfíbio, e tração 6x6 capaz de alcançar velocidade
elevada em terrenos adversos. O poder de fogo da artilharia é variável,
podendo ser dotado de um canhão de 30 milímetros ou metralhadoras ponto
50 e 762. O blindado militar, segundo apurou o EM, seria transportado
para a Itália para depois ser enviado ao Líbano.
Localizado em
região conflituosa, o Líbano faz fronteira com a Síria e com Israel. O
país tem recebido armamento financiado por outros países para contribuir
no fortalecimento militar. Apoiador do regime sírio de Bashar al-Assad,
o reforço militar visa ajudar tropas libanesas a impedir qualquer
ofensiva do Estado Islâmico e o braço da Al-Qaeda na Síria, Frente
Al-Nusra.
Mercado No lançamento da planta, há
dois anos, a direção da Fiat Industrial na América Latina afirmava que
havia negociação para um contrato com a Argentina para a venda de 14
unidades do Guarani. A América do Sul era apontada como principal foco
de possíveis negócios da empresa. Outro alvo eram países africanos. A
planta da Iveco Veículos de Defesa de Sete Lagoas – a única fora da
Europa – foi inaugurada pela subsidiária do grupo Fiat em 2013. O
principal contrato da fabricante é com o governo brasileiro. Ao todo,
2.044 viaturas serão entregues para o Exército até 2029, ao custo de R$ 6
bilhões. Neste ano, com o contingenciamento do Orçamentário da União, a
Iveco deu férias coletivas para 250 empregados.
A retomada das
exportações de veículos militares remete aos contratos bilionários
assinados pela Engesa. A empresa vendeu equipamentos para mais de 20
países do Oriente Médio e da África. A dupla Urutu e Cascavel foi
bastante procurada. Em nota, o Exército Brasileiro afirma não ser sua
atribuição “gerenciar a questão contratual para viabilizar a
comercialização do Guarani com outros países”.
Do
EM
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