A agência espacial russa não quis fazer comentários sobre os problemas técnicos, mas disse que a cápsula Soyuz-TMA era segura para transportar os cosmonautas russos Sergei Volkov e Oleg Kononenko além do turista espacial norte-americano Richard Garriott, em outubro.
Dúvidas surgiram a respeito da segurança da Soyuz porque as últimas duas reentradas não transcorreram segundo o planejado: essas foram aterrissagens "balísticas", conforme se costuma dizer. O ingresso delas na atmosfera deu-se em um ângulo mais acentuado do que o usual.
No último episódio desse tipo, em abril, a astronauta norte-americana Peggy Whitson, o sul-coreano Yi So-yeon e o russo Yuri Melenchenko pousaram cerca de 420 quilômetros fora do local previsto e viram-se submetidos a uma força gravitacional duas vezes maior do que a esperada.
O membro do setor espacial da Rússia, que não quis ter sua identidade revelada, afirmou à Reuters que parafusos defeituosos poderiam ter provocado as últimas duas "aterrissagens balísticas" e esses mesmos dispositivos estão presentes na cápsula de reentrada atualmente acoplada à ISS.
"Esses são parafusos explosivos que mantêm dois módulos presos à cápsula Soyuz", afirmou a fonte. "Eles foram feitos para explodir pouco antes da reentrada na atmosfera terrestre."
"Por algum motivo, eles não funcionaram (nas duas reentradas anteriores), apesar de os módulos terem ao final se desprendido. O ruim é que um outro Soyuz-TMA supostamente equipado com esses parafusos encontra-se acoplado à ISS a fim de fazer a viagem de volta", disse.
A Roskosmos, agência espacial russa, não quis manifestar-se sobre o assunto. Uma investigação foi iniciada para descobrir o que ocorreu nas últimas duas reentradas, mas os resultados dela continuam sem serem divulgados.
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