5a Frota americana em operação
Parnamirim em Natal - RN foi a maior base americana fora dos EUA durante a Segunda Guerra Mundial
Vulcan Inglês pousa no Rio de Jeneiro em 1982 durante a guerra das Malvinas

Fonte: Monitor Mercantil

A abertura dos canais de Suez (1869) e do Panamá (1914) concentrou a intensidade do fluxo estratégico do comércio marítimo no Atlântico Norte e Mediterrâneo. Enquanto isso, o Atlântico Sul permaneceu ao longo de Século XX como "o mais pacífico dos oceanos", apesar da campanha submarina do Eixo na II Guerra Mundial.

O avanço tecnológico e a alta dos preços do petróleo justificam a viabilidade econômica da exploração e da produção de óleo e gás de reservas situadas em áreas até há pouco tempo impensáveis, como as do pré-sal. A constatação dessas reservas, nas bacias sedimentares da vertente ocidental do Atlântico Sul, poderá contribuir para a independência dos Estados Unidos em relação ao petróleo do Oriente Médio.

Nesta hipótese, a China e a Índia passariam a ser os compradores dominantes daquela região, e a presença naval norte-americana, no Golfo Pérsico e em suas proximidades, seria menos exigente. Como corolário, o foco do interesse da Marinha dos EUA se deslocaria para o Atlântico Sul. Isso justificaria a reativação (prevista para o final de setembro) da IV Esquadra da Marinha dos EUA, subordinada ao Comando Sul das Forças Armadas daquele país.

Tudo não passa de hipóteses, mas a reativação da IV Esquadra, assim como a criação (ocorrida em 2007) de mais um comando combinado norte-americano, o Comando África, constitui fato relevante, cujos desdobramentos futuros são dignos de ser examinados em apreciações estratégicas.

A IV Esquadra incluirá navios-aeródromo, de assalto anfíbio e de escolta, assim como submarinos de ataque com propulsão nuclear. Contará ainda com as instalações de apoio existentes na base aérea da Ilha de Ascensão, que foram tão úteis aos britânicos na Guerra das Malvinas (Falklands). O Teatro de Operações (TO) natural da IV Esquadra é o Atlântico Sul.

Parece estar próximo do fim o período em que permanecemos longe dos conflitos globais. Durante o Século XX, por três vezes fomos apanhados despreparados: em ambas as Guerras Mundiais e ao internalizarmos (por meio de táticas de guerrilha) a "Guerra Fria". A coexistência de riqueza com ausência de poder desperta cobiça e conflitos. A sociedade brasileira parece já ter acordado para a Amazônia. É oportuno incluir na vigília o mar.

Eduardo Italo Pesce -Especialista em Relações Internacionais e professor no Centro de Produção da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Cepuerj)

Antônio Alberto Marinho Nigro - Contra-almirante reformado.


A América Latina e a 4a Frota Americana

Por André Araujo

Fonte: Blog do Luis Nassif

No espaço latino americano um fato a registrar é a reconstituição da 4ª Frota da Marinha dos EUA, com base na Florida e area de atuação predominante no Atlantico Sul. Essa força tenha sido desincorporada em 1950 e o seu relançamento deve-se a 4 fatores:

1.A formação de um eixo anti-americano na America do Sul a partir do projeto bolivariano de Hugo Chavez, incluindo hoje o Equador, a Bolivia, o Paraguai e de certo modo a Argentina.

2.A crescente importancia do continente (especialmente do Brasil) no fornecimento mundial de alimentos, minérios e combustivel.

3.A incapacidade diplomática, politica e militar do Brasil, maior pais do continente, em servir de contrapeso a regimes populistas que estão se fortalecendo na região.

4.A obsolescência, sucateamento e enfraquecimento da estrutura militar brasileira, hoje em quinto lugar na relação das forças amrmadas sul-americanas, em termos de equipamento,outrara uma parceira confiavel dos EUA, hoje incapaz de qualquer ação militar de contenção e arbitramento no continente.

Essa grande unidade da Marinha dos EUA foi reconstituida com 11 navios, liderados por um porta aviões nuclear e deve ser oficialmente comissionada em 1º de setembro próximo, com o comandante já definido, , contra-almirante Joseph Kernan.

Os EUA sempre viram o Brasil como o lider natural da America do Sul mas hoje se preocupam com a fraqueza do establishment militar brasileiro, que vem sendo desmontado desde 1990.

Por Fabio Passos

Como negar que é o interesse dos EUA manter o "apartheid tecnológico"? E por que negar que os EUA fazem pressão e o Brasil obedece?

"Os sonhos de mísseis de Hugo Piva foram rudemente interrompitos pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, que cortou as verbas para o desenvolvimento de mísseis... De fato, o Brasil foi forçado a fazer uma escolha. O grande foguete lançador que está desenvolvendo, o VLS, não será capaz de competir com lançadores de satélites estadunidenses, russos, chineses ou europeus, a menos que seja aperfeiçoado. Mas ele não poderá ser aperfeiçoado sem importações. E o Brasil não pode obter material importado sem desistir do seu programa de mísseis... Então, a decisão de Cardoso de desistir dos mísseis brasileiros foi uma vitória para o controle de exportações."

Gary Milhollin

Pofessor de direito na Universidade de Wisconsin, é estreitamente vinculado ao aparato "neoconservador" baseado no American Enterprise Institute, formulador do Projeto para um Novo Século Americano... Clique aqui

E mais uma do Piva... que deixa claro porque os EUA interferem:

"Se não cuidarmos de tecnologias avançadas, nunca teremos independência. A soberania de uma nação é diretamente proporcional à quantidade de tecnologias de ponta que ela consegue dominar. Quem não tem tecnologia, tem que obedecer a quem tem."