SÃO FRANCISCO e NOVA YORK - O Google, líder de sistemas de busca na internet, informou oficialmente ter fechado um acordo para comprar o site de vídeos YouTube , o que fez suas ações puxarem o setor de tecnologia nos mercados de Nova York. O valor do negócio é de US$ 1,65 bilhão em ações, ou seja, não haverá pagamento em dinheiro. O Google passará aos donos do YouTube quantidade de ações cujo valor equivale ao da aquisição. O curioso é que o Google pagará pelo YouTube menos da metade do que cresceu seu valor de mercado desde que surgiram indícios de que compraria o site de vídeo.
Na sexta-feira passada, quando surgiram rumores mais intensos sobre a operação, após uma reportagem do “Wall Street Journal”, as ações do Google subiram 2%. Nesta segunda-feira, com a iminência do acordo — que acabou anunciado logo após o fechamento das bolsas — os papéis voltaram a subir 2%, para US$ 429. Com isso, somente nos dois últimos pregões, o valor de mercado do Google (a soma do valor de todas as suas ações) subiu quase US$ 4 bilhões, cerca de US$ 2,3 bilhões a mais que o preço pago pelo YouTube.
Com o acordo, o YouTube é o primeiro site de conteúdo gerado por usuários — a mais forte tendência da Web — a passar a marca do US$ 1 bilhão. O site de relacionamentos MySpace, por exemplo, foi comprado ano passado pela News Corp. por US$ 580 milhões.
Essa foi a mais cara aquisição feita pelo Google. Em 2005, a empresa gastou US$ 130,5 milhões na compra de 15 pequenas firmas de internet.
Uma ousada companhia do setor financeiro facilitou o acordo Google-YouTube, negociado em uma semana. As duas empresas compartilham um laço com a Sequoia Capital, um dos primeiros investidores do Google, que hoje tem cerca de 30% do YouTube. Além de ações, a Sequoia tem uma cadeira no Conselho de Administração do Google.
Ainda se discute se o YouTube vai conseguir atrair o interesse dos anunciantes. Mas, para Bill Tancer, diretor-geral da consultoria HitWise, as grandes corporações não terão outra opção senão permitir o uso de suas marcas em vídeos caseiros — e tentar lucrar com isso.
— Não sei se os anunciantes terão escolha. Eles terão de se arriscar. Cada vez mais pessoas vão usar marcas famosas em seus vídeos amadores — disse Tancer à CNN.
Era com essa expectativa que várias empresas de internet estavam se aproximando do YouTube, como Microsoft, Yahoo e News Corp., segundo fontes do mercado. A operação anunciada nesta segunda-feira também vai aumentar a pressão sobre o Yahoo para comprar o site de relacionamentos Facebook, que só perde em popularidade para o MySpace.
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